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Pandemia: número de entregadores na Grande São Paulo tem aumento de 20%


Por Agência de Conteúdo Publicado 20/06/2020 às 21h16 Atualizado 08/11/2022 às 21h48
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Diego Andrade –

Analista de Conteúdo

Entregadores de deliveryFoto: Arquivo Tecnodata.

A pandemia do novo coronavírus trouxe efeitos sanitários e culturais enormes para nós. Além do uso contínuo das máscaras de proteção e dos mais de 800 mil infectados só no Brasil, ainda existem diversos danos econômicos causados pela crise.

Para se ter uma ideia, cerca de 2 milhões de pessoas deram entrada no seguro-desemprego desde o início da pandemia, o que indica que houve um considerável aumento do desemprego por causa da crise.

Além disso, agora se sabe que o número de pessoas que começou a trabalhar por conta própria como entregadores de aplicativos também aumentou recentemente. De acordo com o Sindicato dos Mensageiros Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas Intermunicipal do Estado de São Paulo, o número de entregadores na capital paulista e na Grande São Paulo aumentou em 20% desde o início da pandemia.

Segundo o presidente do Sindicato, já são 280 mil entregadores atuando na região de moto ou bicicleta, sem contar aqueles que trabalham de carro para aplicativos que aceitam esse meio de transporte.

O aumento de entregadores vem na linha do que os aplicativos têm divulgado. O Rappi, por exemplo, divulgou que teve um aumento de 30% de demanda na América Latina desde o início dessa pandemia.

Já o iFood fez uma pesquisa com 1,2 mil entregadores e constatou que a vasta maioria deles (cerca de 92%) pretendem continuar no segmento após o fim dessa crise.

Uma das principais preocupações dos entregadores de aplicativos no momento é a segurança no trabalho. Os riscos principais são: a contaminação pelo novo coronavírus e a segurança no trânsito.

Apesar de todos os cuidados, é possível se contaminar ao entrar em contato com os funcionários dos restaurantes ou empresas que vendem pelos aplicativos, além dos consumidores também.

É por isso que o SindimotoSP tem organizado a distribuição de kits de higiene para os entregadores de São Paulo, de maneira a limitar as oportunidades de contaminação e garantir que todos possam trabalhar de maneira segura.

Já o outro risco tem a ver com a segurança no trânsito. De acordo com os dados do sistema oficial do Governo de São Paulo, foram 135 mortes de motociclistas no trânsito durante o período da pandemia, um aumento de 5,5% em relação ao mesmo período de 2019.

Uma das razões para isso, de acordo com especialistas no assunto, é sim o aumento de entregadores, mas também a  inexperiência deles. Afinal, muitos que começam a trabalhar nesse setor nunca tiveram nenhuma experiência do gênero e são colocados nessa situação por causa da crise.

Existem diversas estratégias que visam diminuir os riscos no trânsito. Algumas fabricantes de motos, por exemplo, divulgam conteúdos gratuitos na Internet sobre dicas de pilotagem e segurança, além de inspeção preventiva nos sistemas da motocicleta.

No entanto, os entregadores ainda estão entre as maiores vítimas de acidentes no trânsito no Brasil. Além disso, os acidentes tendem a ser mais perigosos pois o motorista está mais exposto na moto do que em um carro.

Apesar de tudo isso, o rendimento obtido ao usar os aplicativos faz com que muitos tentem ganhar a vida dessa forma. Já era comum ser entregador antes da pandemia, agora ficou muito mais “atraente” por causa das poucas opções.

Para quem perdeu o emprego, por exemplo, o auxílio emergencial é uma opção de renda, mas não é o suficiente. O valor de R$600,00 é pouco mais do que meio salário mínimo, além de acabar em junho, sem certeza se será prorrogado e se terá o mesmo valor.

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Já os rendimentos médios de um entregador tendem a girar ao redor dos R$1.500,00 até mais do que isso. Isso porque, em alguns aplicativos, eles recebem o valor integral do frete. Isso significa que uma viagem pode gerar um rendimento de R$7,00, R$8,00. Possivelmente mais.

De acordo com o SindimotoSP, a média é de 12 a 15 viagens para cada entregador por dia, o que pode gerar um rendimento significativo no fim do dia.

Usando apenas uma especulação de R$7,00 por viagem, um entregador poderia ganhar de R$84,00 a R$105,00 por dia. Considerando um mês de trabalho de 22 dias, o salário recebido poderia ir de R$1.848,00 até R$2.310,00.

Desses valores, os entregadores precisam retirar a gasolina, custos de manutenção da moto e outros gastos para poder operar, ficando com o restante para si.

Por esse motivo, muita gente tem enxergado nos aplicativos uma forma de conseguir trazer renda para casa e sobreviver durante esse período complicado, com poucas perspectivas de recuperação.

Como indica a pesquisa do iFood, 9 em cada 10 entregadores pretendem continuar com o trabalho após a pandemia, até porque a perspectiva de recuperação da economia ainda é lenta.

Por ora, a perspectiva é que o mercado de delivery continue crescendo no Brasil e é possível que atraia ainda mais entregadores até o fim da pandemia.

 

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