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Motos causam 80% dos acidentes de trânsito


Por Mariana Czerwonka Publicado 15/02/2013 às 02h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h48
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Após o Carnaval, o Instituto José Frota registrou 1.269 atendimentos, 5,6% a mais que em 2012

Nem mesmo o rigor da nova lei seca impediu o crescimento no número de acidentes de trânsito no período carnavalesco. Pelo menos no Instituto Doutor José Frota (IJF), a variação foi de 5,3%, comparando com igual período do ano passado. Neste ano, o IJF fez 1.269 atendimentos. Em 2012, estes procedimentos chegaram a 1.205. Deste total, cerca de 80% correspondem a acidentes com motos.

O diretor médico da unidade, Osmar Aguiar, explica que o crescimento já estava previsto. “Hoje, já consideramos os acidentes de motocicletas uma patologia aqui no IJF, pois estes são responsáveis pela maior parte das nossas internações”.

Para se ter uma ideia do crescimento destes acidentados no IJF, de 2008 para 2012, houve uma variação de 69,6% na entrada deste tipo de paciente no hospital. Em 2008, foram 5.223 pacientes. Até o dia 12 de dezembro do ano passado, este número subiu para 8.860.

Lesão

Segundo Osmar Aguiar, um paciente destes é sempre grave e não tem só uma lesão ortopédica, e sim uma série que vai desde a lesão traumato-craniana, passando pela torácica até a buco-maxilo. “E isso demanda muito tempo de internação, pois ele vai necessitar do atendimento de várias especialidades”, acrescentou o médico.

Conforme o gestor, o gasto com estes pacientes é imensurável porque não inclui só o custo direto, que é o de atendimento, mas existe, também, todo o período de internação, que é uma parte de hotelaria, e ainda tem custos sociais e de seguros, “pois são pacientes que normalmente vão ficar afastados de suas atividades laborativas, em torno de, no mínimo, dois a três meses”.

A dona de casa Maria de Nazaré de Souza está pela segunda vez no Instituto José Frota acompanhando o segundo filho a sofrer um acidente de trânsito. “O primeiro trabalha com buggy e se acidentou nas dunas. Já este outro andava de moto e foi fechado por uma Hillux. A gente dá graças a Deus ter sobrevivido, mas a gente nunca fica tranquila, até ver o filho sair daqui andando novamente, sem nenhuma sequela”, desabafa Maria de Nazaré.

Seguro

O diretor explica que muitos destes pacientes vão requerer seguros como o DPVAT ou outros seguros de saúde própria. “Hoje, no Brasil, não se consegue estatisticamente mensurar o custo deste paciente, mas, com certeza, é altíssimo não só para rede hospitalar, mas para a sociedade como um todo”.

Segundo ele, 90% dos pacientes são homens, entre 20 e 40 anos. “A maior parte das quedas de moto estão ligadas ao consumo de álcool, e a mulher talvez faça menos consumo, portanto a incidência é menor, além de ser um pouco mais cuidadosa ao dirigir. Porém, mesmo assim, acidentes desta natureza vêm crescendo neste gênero”.

Ele completou dizendo que, até mesmo em crianças este tipo de acidente vem crescendo, pois é comum ver uma família em cima de uma moto, principalmente no Interior.

Fonte: Diário do Nordeste

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