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Poluição do ar mata 4.655 pessoas por ano em SP


Por Talita Inaba Publicado 19/09/2013 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 17h01
 Tempo de leitura estimado: 00:00

A mobilidade, tema que ganha holofotes com a proximidade do simbólico Dia Mundial Sem Carro, em 22 de setembro, é objeto de um novo estudo que traz números estarrecedores. São mais motivos para pressionar por um transporte público de boa qualidade, que faça as pessoas deixarem o carro em casa.

Somente na cidade de São Paulo, 4.655 mortes por ano devem-se à poluição do ar, que acarreta de doenças cardiorrespiratórias a câncer do pulmão. O número é três vezes maior do que o de mortes causadas por acidente de trânsito (1.556) no mesmo período. No estado paulista, as mortes por poluição chegam a 15 mil.

A pesquisa, intitulada “Avaliação do impacto da poluição atmosférica sob a visão da saúde no Estado de São Paulo”, é de autoria da médica Evangelina Vormittag, presidente do Instituto Saúde e Sustentabilidade. E será apresentada durante seminário no dia 23, no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo.

A pesquisa relaciona diretamente mobilidade e saúde, uma vez que os veículos são responsáveis por 95% da poluição na cidade, em especial material particulado. O excesso de veículos, que causa enormes congestionamentos, agrava o problema.

Realizada com informações coletadas de 2006 a 2011, a pesquisa utiliza como base a análise de material particulado liberado no ar comparado aos níveis considerados seguros pela Organização Mundial da Saúde.

“No corpo humano, essa partícula tem efeitos causadores de doenças respiratórias, doenças isquêmicas cardiovasculares e cerebrovasculares e câncer de pulmão”, diz Evangelina, em comunicado à imprensa.

O estudo teve apoio dos pesquisadores Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP e sua equipe, e Cristina Guimarães Rodrigues, pesquisadora da Faculdade de Economia e Administração da USP.

Ainda segundo o comunicado à imprensa, se providências não forem tomadas, a poluição por material particulado e ozônio será, até 2050, a principal causa de morte no mundo relacionada ao meio ambiente – segundo relatório de 2012 da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Em 2011, a poluição atmosférica foi responsável pela morte de 2 milhões de pessoas no mundo (65% na Ásia), um crescimento mais de 200% acima ao registrado dez antes, quando o número era de 800 mil. A Europa registra 310 mil mortes prematuras por ano devidoà poluição, com um custo entre 427 e 790 bilhões de euros.

Entre as doenças relacionadas à má qualidade do ar estão arritmias e infarto agudo do miocárdio, bronquite crônica e asma, pneumonia, câncer de pulmão e até mesmo depressão.

No Brasil, com a inspeção veicular aplicada em dez anos, evita-se a morte de 156 mil pessoas e gastos públicos na ordem U$ 212 milhões. Caso todos os ônibus a diesel passassem a usar etanol, haveria redução de 4.588 casos de internação hospitalares e 745 casos de morte por ano, o que equivale à diminuição dos gastos públicos em U$ 1,4 bilhão por ano.

Serviço: Seminário “Mobilidade Urbana e Poluição do Ar: a visão da saúde”

23 de setembro, a partir das 17h30

Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo – Viaduto Jacareí, 100

Inscrições no site: migre.me/fTKOy

Fonte: Terra Magazine

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