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Formação e qualificação permanente do instrutor


Por Márcia Pontes Publicado 27/05/2013 às 03h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h45
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Vivemos na era da informação e da pesquisa como bem diz Blagovest Sendov; na sociedade do conhecimento como postula Edgar Morin ou mesmo na sociedade digital ou cibernética, segundo Norbert Wiener. Mas o que isso tem a ver com a formação e qualificação permanente do instrutor teórico e prático de CFC’s? Tudo a ver, leitores.

Viajando por esse Brasil afora com as palestras de formação, as paradas pedagógicas e rodas de conversa com os principais envolvidos no processo de ensinar a dirigir no Brasil percebo uma enorme desigualdade na realidade da formação e atuação dos instrutores. Normal.

Mas bem que poderíamos ampliar o foco para a realidade daqueles que estão há mais de 30 ou 40 anos na profissão, com muito orgulho, mas que não lembram da última vez que fizeram alguma leitura técnica de formação para melhorarem suas práticas. Não lembram da última vez em que pesquisaram sobre as novas tendências pedagógicas ou sobre o que há de novo no ensino da direção veicular.

Também há os instrutores que estão chegando agora na profissão, que acabaram de fazer o curso que os habilita à ensinar a dirigir, e que não sentem a necessidade, pelo menos por enquanto, de investir em sua formação.

Há ainda os CFC’s no interior com apenas um instrutor, distantes quilômetros das capitais, das oportunidades de cursos presenciais de atualização, de reciclagem, de formação e qualificação permanente.

Os baixos salários lideram a lista de justificativas, já que no final do mês não sobra nada para investir em cursos. Outra reclamação é de que há CFC’s que não incentivam a formação dos instrutores para cortar gastos e deixam seus instrutores trabalharem livres, sem a devida orientação e suporte pedagógico.

Então, como pensar em oportunidades de formação e qualificação permanente sem dinheiro e com tantas dificuldades?

A perspectiva de McLuhan de que a globalização faria do nosso planeta uma aldeia global já é realidade faz tempo. Por mais distantes que estejam, as pessoas estão conectadas ao mundo por um clique na internet.

Hoje temos uma difusão e um acesso cada vez maior às tecnologias da informação (TI’s), aos livros digitais, à biblioteca do Google Livros com visualização de até 100% das obras. Livros sobre didática, sobre novidades pedagógicas, sobre medo de dirigir, sobre a relação professor x aluno e tantos outros assuntos que possibilitam aos instrutores e às equipes pedagógicas do CFC uma formação difusa de excelente qualidade.

Nas redes sociais há uma diversidade de grupos e comunidades engajados na direção defensiva, na segurança no trânsito, em debater a melhoria do ensino da direção veicular, inclusive com depoimentos, comentários e pedidos de socorro dos alunos que não conseguem aprender nas aulas e buscam algum tipo de ajuda.

Livros, apostilas, slides, artigos, reportagens informativas, profissionais dispostos a orientar e ajudar na medida do possível. Isso e muito mais estão à disposição de quem tem iniciativa e vontade de melhorar as próprias práticas, a própria formação e qualificação permanente.

Não estou dizendo que a internet vai resolver todos os problemas, que a responsabilidade é só dos instrutores, muito menos que buscar alternativas criativas de qualificação deva eximir os CFC’s de fazerem a sua parte, que é, também, de investir em seus profissionais.

O que estou dizendo é que, apesar das dificuldades, dos baixos salários e da falta de incentivo, é possível encontrar na formação difusa e à distância a solução para muitos problemas. É só começar a escuta e a observação atenta das oportunidades.

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