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15 de outubro de 2024

Descubra agora quais são os carros menos seguros do Brasil

A análise dos dados disponíveis apontou fragilidades e baixo nível de segurança em alguns modelos produzidos no Brasil.


Por Mariana Czerwonka Publicado 24/09/2024 às 08h15
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Carros menos e mais seguros do Brasil
O controle de estabilidade é uma das tecnologias que deixa o carro mais seguro. Foto: nednapa para Depositphotos

Foi publicado ontem (23/09) no site do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) um estudo que apresenta uma análise detalhada dos sinistros ocorridos em rodovias federais brasileiras nos anos de 2020 e 2021, registrados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), segmentados por marca, ano de fabricação e modelo, como forma de estabelecer um critério de severidade a partir destas características. Ou seja, a pesquisa mostra quais são os carros mais e os menos seguros rodando no Brasil.

Denominado “A introdução de novas tecnologias nos veículos e a redução da sinistralidade no trânsito”, o estudo tem autoria de Paulo César Pêgas Ferreira, consultor no âmbito do Programa Executivo de Cooperação entre a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea); e pesquisador convidado na Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação e Infraestrutura (Diset) do Ipea. A pesquisa foi publicada tanto pelo IPEA quanto pelo CEPAL.

O especialista participou de uma entrevista sobre o assunto com Celso Mariano, do Portal do Trânsito & Mobilidade. Assista aqui a primeira parte!

Conforme o estudo, os dados analisados reiteram a sensação dos brasileiros que circulam pelas ruas e estradas do país de que há um elevado número de veículos usados (com mais de dez anos) em circulação, com manutenção precária e que trazem sérios riscos aos seus ocupantes e demais usuários das vias.

“Ao estudarem-se os sinistros em veículos produzidos a partir de 2009, este trabalho apresentou, além do nível de segurança ativa e passiva desses veículos, o impacto da falta das inspeções periódicas da frota para a renovação do licenciamento anual”, afirma Pêgas em sua publicação.

O estudo mostra também que o uso de cinto de segurança e a correção de erros na condução têm funcionado substancialmente na redução do número de acidentes de trânsito ao longo dos anos. Além disso, as melhorias introduzidas nos veículos – como airbags, sistema de controle de estabilidade, sistemas de frenagem mais eficientes (ABS), entre outros – contribuíram bastante para a redução das mortes no trânsito.

Tipos de veículos e sinistralidade

O objetivo do estudo foi estabelecer uma comparação entre a evolução histórica dos índices de severidade dos sinistros/acidentes de trânsito, associando-os ao tipo de veículo, marca, modelo e ano de fabricação, a fim de analisar se há uma efetiva redução, em especial nos casos de mortes e feridos graves.

Assista aqui a segunda parte da entrevista!

Através dessas informações foi possível chegar a algumas conclusões, em relação as montadoras que estão no Brasil.

A primeira delas é que é possível dividir as montadoras em dois grupos. O primeiro deles que independentemente dos recursos governamentais investiram no aumento da segurança (Chevrolet, Honda, Nissan e Toyota), caso em que o incentivo se mostra como uma retribuição dos impostos dos contribuintes. Já, o segundo grupo é composto por montadoras que condicionaram o aumento da segurança ao recebimento dos incentivos e, ainda assim, fazem o mínimo essencial imposto pela regulamentação do Contran (Fiat, Peugeot, Volkswagen e Renault).

Assista aqui a terceira parte da entrevista!

Ainda segundo o estudo, a análise dos dados disponíveis apontou fragilidades e baixo nível de segurança em poucos modelos produzidos após a assinatura do Rota 2030, como:

  • Chevrolet Spin (ainda em produção);
  • Fiat Doblò (retirada de produção em 2021);
  • Renault Sandero (produzidos em 2020 e ainda em produção);
  • Renault Logan, modelos 2020 e 2021 (retirados de linha em 2021);
  • Toyota Etios, modelo 2021 (retirados de linha em 2023);
  • Volkswagen Voyage, modelo 2020 (retirado de comercialização em 2021); e
  • Volkswagen Up!, modelo 2021 (retirado de comercialização em 2022).

“Todos esses modelos apresentam elevados índices de severidade e pertencem a um segmento de veículos de baixo ou médio custo, com apelo popular, contrastando com os modelos premium das mesmas marcas com baixíssimos índices de severidade”, explica o especialista.

Assista aqui a quarta parte da entrevista!

Tecnologia

Dentre vários alertas feitos pela pesquisa, um deles se refere a tecnologia embarcada nos veículos que estão à venda no Brasil.

Segundo a publicação, os números apontaram que a introdução de novas tecnologias torna nossos automóveis, especialmente os modelos premium, mais seguros. E, como consequência, poupa a vida de inocentes.

“É mandatório, porém, que o resultado deva ser também alcançado por todos os veículos, especialmente os populares, utilizados de forma maciça tanto por organizações e empresas de transportes como veículos de serviço quanto por famílias de menor poder aquisitivo”, diz.

Para o especialista, entende-se que a preocupação com a segurança ativa e passiva dos modelos de uma determinada marca não deve estar associada ao tipo de uso ou nível de renda do comprador. “Portanto, este assunto merece tratamento premente e responsável. Isso porque, independente da meta assumida, o único objetivo a se perseguir deve ser a inexistência de sinistros fatais. Afinal, todas as vidas realmente importam, indiferente do poder aquisitivo”, conclui Pêgas.

Leia o estudo na íntegra.

Assista aqui a última parte da entrevista!

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