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Motoristas e passageiros, difícil relação


Por Mariana Czerwonka Publicado 19/05/2014 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 16h51
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Relação entre motoristas e passageirosPara reduzir essa tensão nos ônibus, acaba de ser feito o ‘Código de Conduta’ desses profissionais

Antes de o movimento grevista de rodoviários que parou o Rio nessa semana começar a ser pensado, mais de 11 mil motoristas do Rio estavam se dedicando, em oficinas, a contribuir na elaboração do Código de Conduta da categoria, que deve ser lançado no próximo dia 27. Além de ser um guia das boas maneiras do condutor, o documento tem, entre seus objetivos, melhorar a relação, muitas vezes conflituosa, desses profissionais com os usuários do transporte.

“Como passageiro, achava que os motoristas não se colocavam no meu lugar. Quero colaborar com a mudança de comportamento do rodoviário”, conta André de Jesus, de 49 anos, há um ano na Linha 434 (Grajaú — Leblon).

Ele é um dos profissionais que, de setembro a maio, participaram voluntariamente das oficinas de reciclagem do “No Ponto Certo”, parte do Programa de Monitoramento e Controle de Conduta dos Motoristas de Transportes de Passageiros por Meio de Ônibus, criado por decreto do prefeito Eduardo Paes, em maio de 2013, um mês após um ônibus despencar de um viaduto na Avenida Brasil e matar nove pessoas. O acidente aconteceu quando um passageiro agrediu o condutor em meio a uma discussão.

“Todo mundo discute mobilidade urbana no Rio. Os teóricos e especialistas são ouvidos. Mas os motoristas, não”, disse Ana Rosa Bonilauri, diretora da Universidade Corporativa do Transporte — UCT, da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor), que desenvolveu a metodologia das oficinas. “Resolvemos, então, dar-lhes voz. Produzir um guia de práticas, deveres e valores, um código nascido das sugestões, da vivência e das demandas deles”.

Ao longo de 55 encontros, os condutores foram instados a identificar os principais problemas de seu cotidiano e explorar as sombras psicológicas de sua profissão “Nossa intenção é fazê-los entender que eles não são apenas motoristas. São condutores de vidas humanas”, afirmou Ana Rosa.
O código terá 18 mil exemplares impressos, número de motoristas do município do Rio, e será distribuído nas 43 empresas da cidade.

As principais reclamações dos usuários

As três queixas mais comuns entre os passageiros que ligam para reclamar do serviço de ônibus pelo telefone 1746, da Prefeitura do Rio, estão relacionadas à atitude dos motoristas. São elas: não parar no ponto, excesso de velocidade e falta de educação ou comportamento indevido do condutor. Já pelo aplicativo de celular do programa ‘No Ponto Certo’ a principal reclamação contra motoristas doi desrespeito com idosos, estudantes e deficientes.

Para Maria Lopes, de 19 anos, que aguardava um ônibus, na sexta-feira, da Barra para o Méier, a principal reclamação foi a campeã do 1746. “Os motoristas, muitas vezes, passam e não param no ponto. Parece que colocam os motoristas na rua sem qualquer experiência, mas isso precisa mudar”, afirmou.

Postura

Das conversas nasceu criou-se uma lista de sugestões de posturas para o passageiro. “Muitos acham que temos que parar em qualquer ponto. A gente precisa ter jogo de cintura”, disse Valdir Gonçalves, o decano dos motoristas no programa, aos 78 anos e com quase seis décadas de profissão.

Para os condutores, o passageiro ideal deve: colaborar para uma viagem confortável e segura; embarcar e desembarcar somente no ponto certo;cumprimentar o motorista; respeitar o condutor e os demais passageiros; colaborar para o cumprimento das normas de trânsito; e solicitar a parada com antecedência.

Fonte: O Dia

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