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Setor automotivo mantém liderança de recalls no país


Por Talita Inaba Publicado 21/01/2013 às 02h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h51
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O total de convocações, no entanto, recuou, segundo levantamento feito pela Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), do Ministério da Justiça, obtido com exclusividade pela Folha. O documento mostra que, das 65 campanhas feitas por empresas em todo o país no ano passado, 57 vieram da indústria automotiva.

Em 2011, o setor foi responsável por 56 dos 76 chamados. O recall é feito quando uma empresa precisa avisar os consumidores de que um produto apresenta defeito e oferece risco à saúde ou à segurança de quem os comprou. O fabricante pode recolher e trocar os itens com problema ou ainda ressarcir o consumidor financeiramente.

A prática está prevista no Código de Defesa do Consumidor e pode ser feita espontaneamente pela empresa ou motivada por investigação dos órgãos de defesa do consumidor ou do Ministério Público, a partir de denúncias. A posição de liderança das montadoras vem desde 2003, quando o levantamento começou a ser feito pelo Ministério da Justiça. Nos cálculos da Senacon, 65% de todos os recalls feitos de lá para cá vieram do setor automotivo. No ano passado, as montadoras de veículos –de carros e caminhões– fizeram 42 recalls. Já as de motocicletas promoveram 15 campanhas de troca. No total, foram quase 360 mil motos e veículos afetados. A Honda foi a que mais realizou recalls de automóveis entre as empresas brasileiras, com cinco no total. Nessa lista, estão dois quadriciclos, de responsabilidade da divisão de motos da empresa –o Ministério da Justiça inclui esse tipo de veículo nessa categoria por ter quatro rodas. As demais campanhas se dividiram entre ovos de Páscoa, computadores, preservativos, xampus, tubos de coleta de sangue e equipamentos técnicos, tais como cilindros de propileno, disjuntores bipolares de corrente residual e módulos que integram sistemas de som.

DESEJÁVEL

Para o diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, Amaury Oliva, o aumento do número de recalls em um setor ou em geral é, em certa medida, desejável. “É um sinal de que as empresas estão sendo mais transparentes com os consumidores”, afirma. De acordo com o diretor, a liderança da indústria automotiva é explicada em parte pela tecnologia das empresas, muitas multinacionais, para verificar eventuais problemas. A tendência, de acordo com Oliva, é que o número de recalls, que passou de 33 em 2003 para os 65 verificados no ano passado, siga crescendo e se equipare aos índices de países desenvolvidos, como a Austrália. Lá, há, em média, entre 30 e 40 recalls por mês.

BAIXO RETORNO

A taxa de sucesso das campanhas no Brasil, contudo, ainda é baixa: apenas 60% dos consumidores afetados procuram as empresas. Por lei, os fabricantes são obrigados a divulgar de forma pública os chamados, com anúncios na TV e nos jornais, por exemplo.Outras iniciativas, como procurar individualmente os consumidores, são facultativas.

OUTRO LADO

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) não quis se pronunciar sobre a liderança do setor na quantidade de recalls no país. A Honda, marca que mais fez convocações em 2012, informou que os recalls de carros e motocicletas são preventivos e realizados mesmo que o risco de alguma ocorrência seja mínimo. A Triumph disse que os recalls do ano passado visaram atender motocicletas que ficaram pendentes de campanhas antigas. A Arcor, que fez recall de ovos de Páscoa, disse que a campanha foi bem-vista pelos consumidores. A Hypermarcas, dos preservativos Olla, afirmou que o recall foi preventivo e envolveu um lote específico do produto. A Avon, que fez convocação de xampu, afirmou que a operação foi pontual e bem-sucedida. A Disac (módulos que integram sistemas de som) informou à reportagem que só se pronunciaria sobre o assunto nesta segunda-feira (21). A Folha não conseguiu contato com a Lenovo (computadores), com a General Electric (disjuntores bipolares de corrente residual) e com representantes da Becton Dickinson (que realizou recall de tubos de coleta de sangue) e da Worthington (que teve problemas com cilindros de propileno).

Fonte: Jornal Floripa

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