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Covid-19: qual será o novo normal no trânsito?


Por Anna Maria Garcia Prediger Publicado 04/06/2020 às 03h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h03
 Tempo de leitura estimado: 00:00
Novo normal no trânsitoFoto: Freeimages.com

O mundo não é mais o mesmo, desde que um inimigo invisível chegou no início do ano, quando tivemos o real conhecimento dele. De lá pra cá, as nossas vidas mudaram de forma abrupta, e não sabemos quando iremos voltar ao nosso – novo – normal.

Agora, trazendo isso para o nosso futuro, vendo os reflexos presentes durante essa pandemia no nosso dia a dia, no que diz respeito ao trânsito, quais as lições que podemos tirar e melhorar a nossa vida e de todos ao nosso redor? Irei citar algumas nesse artigo, para a nossa reflexão.

Vivemos desde sempre uma pandemia no trânsito, afinal em todo mundo somamos esforços para reduzir o número de ocorrências (acidentes) com mortes e inválidos. Isso tudo gera um problema sócio-econômico muito grande na vida de todos nós, ainda que não envolva parentes, amigos ou a nós mesmos, pois são mais de 15 bilhões por ano que gastamos com esses acidentes, que poderiam ser utilizados em muitas coisas que melhorariam a nossa vida, como saúde, educação, e segurança pública, e também perdemos como sociedade a capacidade produtiva de muitos jovens, que passam então a se aposentar precocemente.

A redução dos acidentes no mundo todo é uma luta permanente, inclusive é uma meta desde 2011 pela OMS em reduzir até esse ano pela metade, meta a qual infelizmente o Brasil, como um todo, está bem longe de atingir.

Algo benéfico que aconteceu com isso tudo, foi justamente a liberação de muitos leitos hospitalares que eram ocupados por acidentados, os quais certamente estão fazendo grande diferença nesse enfrentamento contra a COVID-19.

Aqui no Brasil, sempre nos queixamos da saúde pública, pois costuma ser demorado para quem precisa de um atendimento sem muita gravidade, visto a falta de insumos, dentre outros. Contudo temos visto agora, muitos hospitais vazios, pelo menos onde a COVID-19 não se tornou um grande problema até o momento (como Curitiba, que não chegou a 50% de leitos ocupados pela infecção), ou que, se não fosse o isolamento, estaria ainda pior, e certamente não conseguiriam atendimento nem para a doença, nem para outras necessidades, o que, infelizmente, já é realidade em alguns lugares do nosso país.

Agora pense em você ou alguém da sua família, em que se for necessário, ir em um hospital público e poder ser atendido com eficiência e rapidez, a maravilha que isso seria, para um rápido diagnóstico e tratamento, onde pudéssemos depender do SUS e confiar nele. E vale dizer que o SUS está saturado, pois mais de 60% de seus atendimentos é ocasionado por acidentes de trânsito. Essa redução também se deu pois muitos estão trabalhando de casa, saindo bem menos e apenas para serviços essenciais, como para atendimento médico e compras em supermercados, ou, infelizmente, tiveram seus contratos de trabalho suspensos ou cortados.

Os reflexos desse isolamento também estão presentes na mobilidade urbana: as pessoas saindo menos, temos mais espaço nas ruas, conseguimos nos deslocar com mais rapidez e segurança, tirando claro, as pessoas que aproveitam das ruas mais vazias para fazer delas pistas de corrida, como também temos visto. Infelizmente se formos analisar os dados de acidentes no Brasil em Março e agora, em Maio, veremos um aumento grande no número de ocorrências e mortes, até porque os acidentes em alta velocidade acabam sendo mais graves, mas ainda assim, menos do que quando estávamos a “todo vapor”.

Uso da bicicleta

Uma outra realidade que podemos ver é o perigo de andar de transporte público por conta das aglomerações, que aumentam a possibilidade de contágio, e isso pode nos trazer uma outra realidade bem-vinda, diga-se de passagem, na mobilidade urbana. Temos um meio de transporte individual, não poluente e que não traz gastos, além disso, é uma ótima maneira de manter a boa forma física, pois também é um ótimo exercício para quem não tem tempo, dinheiro ou até mesmo não gosta de fazer academia ou praticar outros esportes, que são as bicicletas.

Esse meio de transporte já se tornou realidade em muitos países e vem crescendo muito mais agora nesse novo normal.

A bicicleta é um ótimo meio de transporte, pois como já falado, não gasta (ou gasta pouco), não polui, e você já aproveita o trajeto para o trabalho para realizar atividade física e sair do sedentarismo. Atividades físicas liberam adrenalina e endorfina, que são hormônios que nos dão “gás” para dar conta do dia a dia com mais leveza, e sensação de bem estar para o dia inteiro, sem contar que utilizar a bike como meio de transporte nos faz ver a cidade de uma forma diferente, descobrindo lugares, coisas e pessoas que de outra forma não conseguimos.

A nossa qualidade de vida também é algo que pode sofrer mudanças. Além do home office que será uma realidade para muitos, mais tempo para a família e menos tempo no trânsito, que é uma das maiores causas de doenças e estresse.

Também temos visto uma melhora no meio ambiente, no que diz respeito à qualidade do ar, pois com menor circulação de veículos, temos uma grande redução na poluição, o que também nos ajuda a melhorar a nossa qualidade de vida.

Podemos concluir então que de toda luta, temos aprendizados e podemos sair mais fortes e modificados, e, porque não, melhores? Espero que possamos aprender e melhorar como seres humanos, pessoas, e ajudar o mundo a ser melhor no que diz respeito ao trânsito, fazendo a nossa parte no possível para mudar a nossa realidade. Seja você a mudança que quer ver.

Revisado por Fabrício Medeiros

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