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Desmembrando o processo de habilitação


Por Anna Maria Garcia Prediger Publicado 11/08/2016 às 03h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h25
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exame psicologicoEsta resolução fala, que as informações prestadas pelo candidato, são de sua responsabilidade, e nestes formulários, o candidato concorda em passar informações verdadeiras, tendo o risco de serem punidos caso o contrário. Começamos a falar sobre a falha do processo neste quesito. Tenho muitos alunos, que em sala de aula, disseram que foram aconselhados pelos próprios médicos, ou pais e colegas, a mentirem sobre algum problema de saúde, como depressão, epilepsia ou bipolaridade (citando alguns exemplos), para que não fossem reprovados e impedidos de tirar a CNH ou para que não precisem pagar testes especiais. Será que não seria importante o candidato ter que passar por exames de saúde ou pelo menos levar um laudo de um médico? Acredito que nenhum médico daria um laudo dizendo que o candidato não possui problemas, sendo que o mesmo possui. Da forma que é realizado o exame hoje, somente se o candidato apresentar algo muito aparente, será reprovado ou solicitado exame complementar.

Quanto à questão do candidato mentir no exame, muitos podem dizer que o mesmo pode ser processado caso ocorra acidentes onde o problema de saúde se manifestou e verificado que ele mentiu neste exame. Mas é aí que entra a grande falha. Quantos condutores foram investigados quanto à um problema de saúde, verificado o que foi afirmado no exame, e até mesmo processado, porque mentiu no mesmo?

A Avaliação psicológica é excelente para verificar se o candidato tem condições psicológicas para assumir a direção de um veículo, porém, vejo que no trânsito, as ocorrências sejam diferenciadas e não estamos preparados para as mesmas, quando, no exame psicológico, as avaliações são feitas de forma separada, e o candidato está, querendo ou não, preparado para a mesma, sabe que tem que ter calma para realizar os testes.

Os psicólogos afirmam que o exame é eficaz, pois são utilizadas ferramentas cientificamente aceitas que permitem aos mesmos conhecer e identificar capacidade de atenção, raciocínio lógico, memória e personalidade de uma pessoa. Porém, não podemos afirmar que neste exame, não seja possível não conseguir identificar algum problema com o candidato. Posso afirmar, como instrutora, que tive muitos alunos que não consegui entender como foram aprovados nesta etapa, até mesmo com alunos que durante as aulas, tiveram surtos de violência no trânsito, com os instrutores, não aceitando correções e fazendo até mesmo ameaças, ou buzinando e brigando com outros usuários no trânsito, e em aulas teóricas, não aceitando e não respeitando a autoridade do instrutor. Quando questionado uma situação como essa junto ao Detran, não conseguimos nada, pois o candidato já fora aprovado nesta etapa.

Contudo o que foi afirmado, podemos concluir que a intenção do exame é muito boa, porém, não é este exame que tira condutores despreparados do trânsito, e creio, que para ser realmente eficaz, o mesmo deveria ser feito periodicamente, como com a avaliação física e mental, sendo verificado o histórico do então condutor, para ter uma eficácia maior.

No próximo post, irei abordar a 2ª etapa do processo: aulas teóricas e avaliação teórica. Não percam.

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