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Quais os custos intagíveis dos acidentes de trânsito?


Por Márcia Pontes Publicado 03/04/2013 às 03h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h47
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Estimativas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em 2012 eram de que no Brasil os custos tangíveis com acidentes de trânsito chegassem a R$ 40 bilhões por ano. E isso é muito, gente! Apenas um acidente de moto custa para os cofres públicos, em média, R$ 50 mil. Lembrando que o Brasil é o 5º país em todo o globo que registra mais acidentes de trânsito, só ficando atrás da Índia, China, Estados Unidos e Rússia.

Os custos tangíveis todo mundo conhece: incluem os custos para consertar o carro depois de uma batida, o custo dos postes que precisam ser pagos pelo motorista que causou o acidente e tudo que pode ser mensurado de forma material. Some-se aí os custos das viaturas que atendem a ocorrência, o combustível das ambulâncias que socorrem as vítimas, o custo das cirurgias, etc.

Os acidentes de trânsito no Brasil tem ares de epidemia, sobrecarregando um sistema de saúde já fragilizado e sem os recursos necessários para atender as necessidades da população. Os acidentes de trânsito constituem-se como uma das maiores mazelas para a saúde pública porque, afinal, é a rede pública de saúde que recebe as vítimas de acidentes de trânsito: as politraumatizadas, os feridos de todos os graus, os sequelados, os amputados, os que precisam de reabilitação.

Na rede pública de saúde dos municípios é que estão os leitos hospitalares, é onde são feitas as cirurgias, é onde se trata também os familiares dos pacientes contra as sequelas físicas, emocionais e psicológicas dos acidentes de trânsito. Os municípios tem de manter um exército de médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem além de outros profissionais de saúde como os fisioterapeutas, os psicólogos, os fonoaudiólogos, tem de manter convênios com clínicas e profissionais especializados que vão atender os sobreviventes de acidentes de trânsito além de uma demanda espontânea que não para de crescer.

Mas os custos não ficam só no atendimento hospitalar de emergência: eles incluem internamentos, reabilitações, cirurgias, exames de alto custo, órteses, próteses, acompanhamento psicológico às vítimas e suas famílias, frequência de acesso e acompanhamento nas unidades de saúde, muitos, por tempo indeterminado! É lá, na pasta da Saúde que os acidentes de trânsito mais pesam!

Para se ter uma ideia, em países em desenvolvimento, as lesões no trânsito podem representar metade da ocupação dos centros cirúrgicos e entre 30% a 86% das hospitalizações (com uma média de 20 dias de internação).

R$ 40 bilhões por ano. Assustados com as cifras? Então pense nos custos intangíveis dos acidentes de trânsito: os custos sociais. Qual o custo dos acidentes de trânsito para uma família que perde seu mantenedor? Qual o custo para uma criança que cresce sem os pais, mortos em acidentes de trânsito?

Qual o custo de um adolescente, de um jovem que mal começou a viver e já está condenado a uma vida vegetativa ou à prisão de uma cadeira de rodas que lhe rouba a mobilidade, as esperanças e os sonhos? Sim, porque nem todos se recuperam facilmente das sequelas e marcas psicológicas e também vão parar na rede pública de saúde para atendimento psicológico.

Realmente, os custos são bem maiores. Incalculáveis. Tomam uma proporção gigantesca. Não tem dinheiro no mundo que pague as sequelas de um acidente de trânsito, seja para as famílias, seja para a sociedade. Para pensar antes de dormir e antes de dirigir.

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