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Trânsito brasileiro mata mais que guerra na Síria


Por Milton Corrêa da Costa Publicado 08/12/2014 às 02h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h34
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trânsito brasileiroNum período de quase quatro anos os conflitos na Síria resultaram, até aqui, na morte de 202.354 pessoas. A epidemia permanente, na barbárie do trânsito brasileiro, pela imprudência em rodovias e vias urbanas, produziu, nos últimos cinco anos, uma média de 45 mil vítimas fatais/ano. Ou seja: mais óbitos do que na guerra da Síria.

Segundo a ABRAMET, no ano de 2012, a violência no trânsito ceifou a vida de 44 mil pessoas no Brasil, o que representa, em média, 122 óbitos/dia. O Denatran, por sua vez, revela que chegou a 46 mil o número total de óbitos naquele mesmo ano. Conforme a ABRAMET seis de cada dez leitos nas UTIs dos hospitais brasileiros são ocupados por vítimas de acidentes de trânsito. Foram gastos, no ano de 2012, o montante de R$ 216 milhões com a internação das vítimas.

Por sua vez, segundo dados do DPVAT, cresceu 25%, em 2013, o número de indenizações pagas em acidentes de trajeto, em relação ao ano anterior. As indenizações totalizaram R$ 3,2 bilhões, num universo de 633.845, sendo 70% por casos de invalidez, onde 71% das ocorrências envolveram acidentes com motos. Ou seja, a guerra do trânsito brasileiro vem produzindo progressivamente uma legião de inválidos, numa faixa etária de maior incidência entre 18 e 34 anos.

Na cidade do Rio de Janeiro, em 2012, ocorreram 15 mortes no trânsito para cada grupo de 100 mil habitantes, segundo dados do Ministério da Saúde. É a mais alta entre 23 metrópoles internacionais Em Londres e N. York ocorrem de 2 a 3 óbitos por igual grupo de habitantes. A velocidade máxima de deslocamento, na cidade de N. York, passou recentemente para 40 km/h. A finalidade é chegar a zero/mortes no trânsito, no ano de 2024.

Para estudiosos em segurança de trânsito as chances de um pedestre morrer, vítima de acidente, em razão da velocidade e da força do impacto assim se resume: 40 km/h a chance de óbito é de 25%; a 60 km/h, 55%; a 80 km/h a chance aumenta para 85%.

Ressalte-se que na cidade do Rio de Janeiro foram registradas, em 2013, 1.554.538 infrações por excesso de velocidade. Comemore-se,  todavia, com o advento da Operação Lei Seca, a redução de 44% do número de mortes no trânsito no âmbito do Estado do Rio de Janeiro, no ano de 2013, onde foram registrados 1.692 óbitos, contra 3.047 do ano anterior. Por outro lado, segundo o Detran, naquele ano de 2013, os ônibus foram responsáveis por 101.977 multas aplicadas na cidade do Rio, a maioria por excesso de velocidade, transitar em faixas não destinadas a coletivos e avanço de sinal, o que representa uma multa a cada 5 minutos.

Conclusão: boa parte de motoristas brasileiros, no entendimento de que 90% dos acidentes têm por causa a falha humana, continuam tendo o perfil de imprudência, deseducação, estresse e desafio ao perigo. Há uma compulsão incontrolável para transgredir normas de trânsito. Lamentavelmente continuamos sendo o campeão mundial da barbárie e da insensatez ao volante.
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