Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nossos sites, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar o Portal do Trânsito, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

Comportamentos de risco contribuem com o aumento de acidentes envolvendo ciclistas

As estatísticas retratam uma realidade de risco e fragilidade que envolve os usuários que optam pela bicicleta em seus deslocamentos.


Por Mariana Czerwonka Publicado 14/06/2023 às 08h15
 Tempo de leitura estimado: 00:00

No ano de 2021, últimos dados disponíveis do Ministério da Saúde, 1.381 ciclistas morreram no trânsito brasileiro. Foram 29 mortes a mais que em 2020. Se compararmos ano a ano, desde 2016, percebe-se que é um número que ou fica estável ou aumenta. Não há uma queda em nenhum dos anos analisados. Esses números retratam uma realidade de risco e fragilidade que envolve os usuários que optam pela bicicleta em seus deslocamentos. E, conforme estudos, a população está cada vez mais usando esse meio de transporte para se locomover nas cidades.

De acordo com pesquisa realizada pela Ideia Big Data para o Instituto Clima e Sociedade (iCS) em parceria com o Instituto Escolhas, a bicicleta é considerada o transporte ideal para 16% da população brasileira. O estudo ouviu mais de três mil brasileiros de todas as regiões do país. A pesquisa diz ainda que no ranking, o modal perde apenas para o carro (30%) e ônibus (19%).

Conforme Dr. Flávio Emir Adura, médico do tráfego e diretor científico da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), as vítimas ciclistas, que em 1996 representavam 0,9% do total dos óbitos no trânsito brasileiro, elevaram-se para 4,08% em 2021.  

“Devido à pandemia da Covid-19, registraram-se altas históricas na frota circulante de bicicletas. Uma vez que, com o isolamento social e a necessidade de evitar aglomerações no transporte público, a bicicleta passou a ser mais utilizada como veículo de passeio para o lazer e esporte. Além disso, para deslocamentos em direção ao trabalho e estudo, transporte de cargas (mercadorias, correspondências e outros) e até como veículo para transporte de pessoas na condição de passageiros”, analisa.

O médico aponta alguns fatores de risco de sinistros que foram agravados pós pandemia. “Condições médicas, medicamentos, fadiga, sono e uso de substâncias psicoativas (drogas) são também importantes causas de acidentes de trânsito”, explica Dr. Adura.

Ciclistas x comportamentos de risco

A fragilidade dos ciclistas em relação aos ocupantes de outros veículos como motociclistas, condutores de automóveis, ônibus e caminhões é clara. Por esse motivo, estes usuários têm a preferência sobre os demais veículos automotores. Inclusive existem regras de circulação e conduta que têm como objetivo proteger os ciclistas no trânsito.

Apesar da grande responsabilidade dos demais usuários em relação ao ciclista, uma das formas de prevenção de acidentes é o comportamento correto do ciclista no trânsito.

Nas ruas, no entanto, o que vemos é uma série de atitudes que podem contribuir, e muito, com esse número de mortes de ciclistas no trânsito.

Veja reportagem abaixo do Portal do Trânsito:

Vulnerabilidade

Conforme Adriane Picchetto Machado, especialista em psicologia do trânsito, a situação dos ciclistas é extremamente complexa. “O que nós percebemos é que os ciclistas se sentindo teoricamente protegidos tendem a assumir comportamentos de risco, causando problemas no trânsito. Então é como se eles não percebessem, muitas vezes, a própria vulnerabilidade”, argumenta.

A psicóloga explica, também, que é preciso investir em infraestrutura e educação.

“Para o motociclista e o condutor de automóvel, há um processo para que tenham informações básicas e adequadas para se comportar no trânsito. No caso dos ciclistas, não existe essa possibilidade”, questiona.

Adriane cita também que o ciclista pode, e deve, ter atitudes que aumentem a sua própria segurança. “A pessoa precisa perceber que vai estar vulnerável nesse ambiente do trânsito, que é complexo bem como cheio de riscos”, finaliza.

Receba as mais lidas da semana por e-mail

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *