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Educação no trânsito deve envolver as crianças?

Especialistas debatem como trabalhar a educação no trânsito com diferentes públicos, como crianças, jovens e adultos


Por Accio Comunicação Publicado 21/01/2024 às 14h00 Atualizado 25/01/2024 às 10h36
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Especialistas debatem como trabalhar a educação no trânsito com diferentes públicos, como crianças, jovens e adultos

Crianças no trânsito: um apoio para a educação
Crianças são um importante apoio para a conscientização no trânsito

Você já parou para pensar na força de conscientização das crianças para a educação no trânsito? Afinal, elas podem auxiliar na mudança de comportamento dos adultos e para diminuir os vícios de motoristas experientes? O Programa Com a Palavra, exibido há algum tempo pela RTVE trouxe 4 especialistas para debater este tema.

Confira a seguir as opiniões de Neuza Corassa, psicóloga, atuante no Centro de Psicologia Especializado em Medos em Curitiba e autora do livro Seu Carro, Sua Casa sobre Rodas. Celso Mariano, especialista em trânsito, diretor da Tecnodata, empresa com ênfase em educação e segurança no trânsito e diretor do Portal do Trânsito. Tenente Cristiano Machado, relações públicas do batalhão da Polícia de Trânsito, da Polícia Militar do Paraná (BPTran). E Adriane Picchetto Machado, psicóloga, especialista em trânsito e diretora da Qualitat Avaliação Psicológica. E no vídeo ao final, a entrevista completa.

Como envolver as crianças na educação no trânsito

Para o Tenente Machado, as crianças são um fator bastante importante na educação dos adultos. “A gente tem um projeto de policial mirim, uma minimulta de trânsito, em que as crianças, depois de receberem instrução, fiscalizam os pais e aplicam as multas”, explica. Itens como avanço de sinal ou parar em cima da faixa aparecem em uma cartela de multas fictícias, em que a crianças pode trocar os “pontos” por itens que ela aprecie.

Na prática, com um ambiente lúdico, as crianças acabam aumentando a fiscalização e conscientização. “O adulto fica naquela defensiva: ‘é verdade, eu errei’, mas ele só admite nessa situação, pro filho que vai puxar a orelha dele em função de ter aprendido essa regra básica”, complementa Machado.

Os limites da tecnologia na conscientização no trânsito

Celso Mariano revela que a tecnologia, embora tenha contribuído muito para a fiscalização, tirou um pouco do contato humano do usuário com a autoridade de trânsito. “Aquele poder de que um ‘sabão’ como se diz na gíria – que a autoridade policial dá no cidadão quando ele é flagrado cometendo uma infração, tem um poder educativo grande, significativo”, explica.

Já quando a multa chega pelo Correio, dias depois, o aprendizado se perde. Muitas vezes nem mesmo o condutor se recorda de que fez o ato. “Neste momento que estamos vivendo, falta esse contato humano para a educação, que vem junto com a advertência”, revela o educador. E por isso a participação das crianças é fundamental na visão de Mariano. “Muito mais do que um ‘sabão’ que o infrator levou do agente, é a puxada de orelha que ele recebe do filho, do sobrinho, do neto, do afiliado. Então, trabalhar educação para o trânsito com crianças é muito recompensador, inclusive por isso, se torna muito eficiente. Não há educador de trânsito mais eficiente do que as crianças”, finaliza.

Ações diferentes no trânsito para crianças, jovens e adultos

Adriane Picchetto adiciona uma pimenta ao debate, lembrando que a educação precisa ser feita de forma condizente com os diferentes públicos. “Ações para crianças, ações para adolescentes – que é uma clientela extremamente problemática do trânsito – e ações para adultos. A gente não pode desistir dos adultos, porque é o grande contingente que está dirigindo”, analisa.

E para isso, um bom programa de educação no trânsito, segundo Adriane, tem “que atingir todas as idades e estar pulverizado. Em todos os locais, em todas as situações”. Ela destaca, inclusive o caráter educativo dos vários ambientes sociais, como igrejas, sindicatos e empresas. “Educação se faz em qualquer lugar”, resume.

Celso então destaca a diferença entre Campanha e Programa.“Nós precisamos de programas de educação. As campanhas são ferramentas extremamente eficientes e úteis, que devem estar a serviço dos programas. Se não, sabe o que acontece? Você só vai lembrar de calibrar os pneus se tiver uma blitz educativa”, exemplifica. Já a educação, na visão de Celso, ocorre quando o motorista muda a própria percepção do risco de, por exemplo, andar com o pneu descalibrado.

Fiscalização como incentivo à educação

Nesse sentido, Adriane defende a fiscalização forte e a certeza de uma punição para quem realiza uma infração de trânsito, como uma provocação para a educação. Para ela, juntas – educação e fiscalização – contribuem para aumentar a segurança no trânsito.

Neuza Corassa aproveita o momento para destacar a importância de envolver a família. “Se você conversar com quem fala que o trânsito é caótico, sempre é o outro que está causando o problema no trânsito. Nunca é a gente”, analisa.

E por isso, na visão dela, a conscientização ocorre em família, quando um integrante reforça ao outro a importância de chegar bem em casa, em segurança, pois um é muito importante para o outro. “Já é uma demonstração desse amor pela pessoa, de se importar com a pessoa. E assim a gente vai melhorando a família, a comunidade e também o rigor na lei. Porque o adulto muda comportamento, a gente acredita nisso. Mas se ficar uma coisa muito solta, ele também não leva muito a sério”, comenta.

Quer saber mais sobre como conscientizar diferentes públicos no trânsito? Confira no vídeo a seguir a entrevista completa:

* Entrevista veiculada em 2009. Os cargos contidos nessa matéria podem ter sido atualizados após este período

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