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Estudos mostram que apps fazem pessoas beberem mais, mas morrerem menos no trânsito


Por Redação Publicado 14/03/2020 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 21h52
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Beber e dirigirFoto: Divulgação.

Pesquisadores americanos, da Universidade Estadual da Geórgia e da Universidade de Louisville, fizeram uma longa análise para tentar entender o impacto que os aplicativos de transporte causam nos moradores das cidades onde estão disponíveis. Foram estudados dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Riscos Comportamentais e dos Centros de Controles de Doenças.

O primeiro resultado interessante constatado na pesquisa é que, após a chegada deste tipo de aplicativo, as pessoas passaram a consumir muito mais bebidas alcoólicas do que antes: 3,1% mais em drinques diários, bebem em 2,8% mais ocasiões ao mês e consomem 4,9% mais drinques em cada ocasião em que bebe. O uso excessivo de álcool subiu 9%.

Esses números têm relação direta com os aplicativos de transporte, já que os baixos preços operados nas corridas e a facilidade em voltar para casa a qualquer hora do dia dão mais liberdade para que as pessoas consumam álcool sem se preocupar em dirigir.

Esse maior consumo causa também uma maior movimentação na economia e gera mais empregos: o número de pessoas trabalhando em bares cresceu 2,4% e a remuneração desta classe subiu 2,3%.

Dados no Brasil

No Brasil, uma pesquisa feita pelo Datafolha, divulgada em maio de 2019, indica resultados que apontam que o mesmo fenômeno ocorre em nosso país. Por aqui, 68% dos moradores de regiões metropolitanas afirmaram que, após a chegada dos aplicativos de transporte, pararam de beber e dirigir. Outra pesquisa aponta que, em geral, o uso excessivo de álcool também cresceu no país.

A constatação mais interessante veio de Yuri Barreto, Raul Silvera Neto e Luís Carazza, estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Eles apresentaram um estudo que, através de análise dos dados do SUS, concluiu que o número de mortes no trânsito foi 10,2% menor em cidades onde há algum tipo de aplicativo de transporte, se comparado com cidades em que nenhum deles opera. E não foram só as mortes que reduziram. As hospitalizações decorrentes dos acidentes também caíram 17,2%, o que gera uma enorme economia para o Sistema Único de Saúde.

Ou seja, depois da chegada dos aplicativos, as pessoas bebem mais, mas morrem menos em acidentes. Para Elen Gonçalves, especialista em aplicativos do portal ReviewBox, é extremamente positivo começar a notar efeitos reais das mudanças que alguns apps trouxeram para a mobilidade urbana e qualidade de vida, ainda mais depois que eles enfrentaram tamanha desconfiança no país.

Porém, de acordo com alguns especialistas, é muito cedo para afirmar que isso é totalmente benéfico, já que o efeito em longo prazo do maior consumo de álcool por parte da população poderá trazer algumas consequências tão devastadoras quanto os causados pelos acidentes de trânsito.

 

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