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Via Calma em Curitiba é a primeira do Brasil


Por Mariana Czerwonka Publicado 04/06/2014 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h11
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Via Calma em CuritibaFoto: Maurilio Cheli/SMCS

Em fase final de implantação, a Via Calma da Avenida Sete de Setembro está sendo criada para permitir o compartilhamento do trânsito entre motoristas, motociclistas e ciclistas e um maior respeito aos pedestres da cidade. Com ela, Curitiba confirma seu investimento em modais não motorizados, seguindo uma tendência presente em outras grandes cidades do mundo.

“Assim como o calçadão da Rua XV de Novembro tornou os pedestres visíveis em Curitiba há mais de 40 anos, a Via Calma tornará os ciclistas visíveis no dia a dia do trânsito da cidade. Queremos que as pessoas se respeitem mais no trânsito de Curitiba para que tenhamos uma convivência mais harmoniosa”, diz o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba (Ippuc), Sérgio Pires.

Os conceitos da Via Calma foram destacados nesta terça-feira (03) por Pires, pelo coordenador do projeto de ciclomobilidade o Ippuc, Antonio Miranda, e o coordenador de mobilidade urbana da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), Danilo Herek, em entrevista coletiva. Também participaram da entrevista a secretária Municipal de Trânsito, Luiza Simonelli, e o presidente da Urbanização de Curitiba S.A, Roberto Gregório da Silva Junior.

A via se estenderá da Rua Mariano Torres até a Praça do Japão, na região central da cidade e terá uma extensão de 6,3 km – 3 km no sentido centro e 3,3 km no sentido bairro. Para aumentar a segurança de quem pedala, a Via Calma conta com faixas preferenciais (pintadas de vermelho) do lado direito da pista. Nelas, carros e bicicletas irão compartilhar o mesmo espaço, mas com prioridade para os ciclistas, que não precisarão mais se arriscar nas canaletas dos ônibus.

O objetivo é reduzir a velocidade dos veículos motorizados para garantir a segurança de ciclistas e pedestres. Por isso, a velocidade máxima permitida para carros e motos será de 30 quilômetros por hora na via. Nesta velocidade, os acidentes fatais diminuem. Além disso, carros e motos vão emitir menos poluentes e ruídos.

Haverá ampla sinalização horizontal e vertical e travessias elevadas que obrigam os veículos automotores a reduzir a velocidade. A travessia elevada é uma continuação da calçada. Nela, os pedestres têm prioridade absoluta e os motoristas têm a obrigação de parar para as pessoas atravessarem.

Outro diferencial da Via Calma são as bicicaixas, áreas específicas para que os ciclistas aguardem com segurança o semáforo abrir. Dessa forma, as bicicletas terão prioridade na travessia dos cruzamentos e estarão muito mais visíveis para os motoristas.

No primeiro mês de funcionamento, agentes da Setran farão a orientação do trânsito da via, alertando os motoristas e motociclistas sobre a velocidade máxima de 30 quilômetros por hora, o respeito às faixas elevadas, faixas de pedestres e bicicaixais. Após o período de orientação, os agentes da Setran iniciarão o trabalho de fiscalização de respeito à sinalização e à velocidade máxima permitida.

Alternativa para retirar os ciclistas da canaleta

As pesquisas realizadas em Curitiba indicam que, nos locais onde são implantadas vias cicláveis, os ciclistas deixam de circular pelas canaletas exclusivas para o BRT. Dessa forma, acidentes são evitados e vidas são poupadas. A medida torna-se ainda mais importante em função da possibilidade de o ônibus Ligeirão ultrapassar os demais biarticulados, dentro da canaleta, em função do alargamento das pistas.

Uma pesquisa por amostragem realizada em parceria entre o Ippuc e a Ciclo Iguaçu, na Avenida Sete de Setembro, no mês de agosto de 2013, evidencia a necessidade de implantação da Via Calma naquele local. O levantamento revelou que 67% dos ciclistas que trafegam nessa via usam a bicicleta para trabalhar. Mais da metade (52%) faz uso diário da bicicleta para este fim.

Os ciclistas entrevistados eram provenientes de 54 bairros de Curitiba e também da Região Metropolitana, com prevalência dos bairros Centro, Água Verde, Batel, Portão, Alto da XV, Cabral, Rebouças, Cajuru, Pinheirinho e Centro Cívico. Considerando uma classificação por gênero, 91% dos ciclistas entrevistados pertencem ao sexo masculino e 9% ao sexo feminino. No entanto, numa comparação com uma pesquisa semelhante realizada em 2008 pelo IPPUC, houve um aumento de 4% no número de mulheres ciclistas que utilizam a via. A pesquisa foi realizada em duas etapas, no mês de agosto de 2013, no horário das 17h às 20 horas.

Fonte: Paraná Online 

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