Região Metropolitana de Curitiba se une para reduzir mortes no trânsito

Após registrar queda expressiva nas fatalidades viárias, Curitiba amplia esforços para envolver os municípios vizinhos na meta de zerar as mortes no trânsito até 2028.


Por Assessoria de Imprensa
Mortes no trânsito Curitiba
Curitiba convoca toda a Região Metropolitana para zerar as mortes no trânsito. Foto: Levy Ferreira/SECOM (arquivo)

O trabalho realizado em Curitiba para salvar vidas no trânsito está prestes a ganhar um novo fôlego. Agora, a capital paranaense quer compartilhar suas boas práticas com toda a Região Metropolitana de Curitiba (RMC), envolvendo os 29 municípios vizinhos em uma grande mobilização regional.

A ação está alinhada às metas do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans), estabelecido pela Lei Federal 13.614/2018, que propõe a redução de ao menos 50% dos óbitos e feridos graves no trânsito até 2028. Para isso, a Secretaria do Desenvolvimento da Região Metropolitana de Curitiba já iniciou articulações institucionais e sociais, com o objetivo de colocar em prática uma série de iniciativas integradas ainda neste ano.

De acordo com o secretário Thiago Bonagura, o recente aumento nos índices de sinistros na Grande Curitiba exige respostas rápidas e coordenadas.

“Todos estamos sensibilizados com as tragédias noticiadas. Só nas últimas seis semanas, os acidentes aumentaram 20%, o que pressiona o sistema de saúde e revela a urgência de medidas preventivas”, alerta.

Resultados animadores, mas ainda desafiadores

Desde a implantação do Programa Vida no Trânsito (PVT), em 2011, Curitiba conseguiu reduzir em 54% o número de mortes nas vias urbanas. Naquele ano, houve o registro de 310 óbitos. Já em 2024, o número caiu para 141. Apesar do avanço, os gestores destacam que ainda há muito a ser feito.

Dados do município mostram que mais de 30% dos acidentes fatais registrados em 2024 foram provocados por falhas humanas, como excesso de velocidade, uso indevido do celular ao volante e desrespeito à sinalização. “Considerar o fator humano é essencial. Por isso, as ações de educação e fiscalização precisam caminhar juntas”, reforça Bonagura.

O plano nacional lista 70 ações estratégicas, divididas entre os seis pilares da segurança viária: gestão, educação, fiscalização, engenharia, segurança veicular e atendimento às vítimas.

Integração metropolitana é o caminho

Com uma população superior a 3,7 milhões de habitantes, a RMC apresenta desafios típicos de grandes regiões urbanizadas. A mobilidade entre os municípios é intensa, com áreas conurbadas e interdependentes. Para o superintendente de Trânsito da capital, Bruno Pessuti, esse contexto exige uma atuação conjunta.

“Temos boas experiências em Curitiba, principalmente no campo da educação para o trânsito, que podem ser compartilhadas. Mas também queremos ouvir os demais municípios e aprender com eles. Propusemos um seminário com os secretários de trânsito da região metropolitana para promover essa troca de ideias e definir estratégias conjuntas”, explica Pessuti.

Ele destaca que educação é a base para qualquer mudança de comportamento. “Queremos trabalhar ações que toquem as pessoas, que conscientizem motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres sobre seus papéis e responsabilidades”, afirma.

Ações já em andamento

Diversas iniciativas estão previstas para os próximos meses, com foco na articulação regional, no uso de dados e na mobilização social. Entre elas:

Um pacto pela vida

A proposta central é clara: somar forças em favor da vida. A Região Metropolitana de Curitiba pretende se tornar referência nacional em segurança viária. Assim, mostrando que é possível reverter cenários trágicos por meio da colaboração intermunicipal, da educação constante e do uso estratégico de dados.

A meta de zerar as mortes no trânsito até 2028 é ambiciosa. No entanto, como afirmam os gestores do projeto, cada vida preservada já representa uma vitória.

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