
Na Semana Nacional de Trânsito 2025, cujo tema é “Desacelere. Seu bem maior é a vida”, um dos pontos mais importantes é discutir a educação no trânsito desde cedo. Afinal, as crianças e os jovens de hoje serão os pedestres, ciclistas, motociclistas e condutores de amanhã.
Esta reportagem, que faz parte da série especial do Portal do Trânsito para a Semana Nacional de Trânsito, foca na importância da educação no trânsito desde a infância e adolescência. A matéria mostra como escolas, famílias e autoescolas contribuem para formar jovens mais conscientes, preparados para respeitar limites e adotar comportamentos seguros.
A base da mudança cultural
No Brasil, ainda há uma forte cultura de tolerância a infrações de trânsito, especialmente em relação à velocidade. Mudar esse cenário exige, segundo especialistas, investir não apenas em fiscalização, mas também em formação cidadã.
Para o especialista em trânsito Celso Mariano, diretor do Portal do Trânsito e da Tecnodata, esse é o grande diferencial.
“Se queremos que a sociedade brasileira encare o trânsito de forma responsável, precisamos começar pelas crianças e jovens. É nessa fase que se formam valores e hábitos. Ensinar desde cedo que pressa e imprudência matam é o caminho mais eficaz para mudar o futuro”, afirma.
Escolas como agentes de transformação
Durante a Semana Nacional de Trânsito, muitas escolas em todo o país realizam palestras, atividades lúdicas, concursos de desenho e dinâmicas educativas. Essas ações, além de aproximarem as crianças do tema, ajudam a levar a mensagem para dentro das famílias.
Um exemplo são os programas de educação para o trânsito nas redes municipais, que têm mostrado resultados positivos. Alunos aprendem de forma divertida como atravessar a rua com segurança, respeitar a faixa de pedestres e até a importância de usar o cinto de segurança e a cadeirinha.
Jovens no trânsito: o desafio da primeira habilitação
A fase da juventude também representa um momento decisivo: a primeira habilitação. É nessa etapa que os futuros condutores têm contato com a legislação e a prática da direção.
Instrutores de Centros de Formação de Condutores (CFCs) relatam que os jovens chegam às aulas já influenciados por comportamentos observados em casa ou nas ruas. Por isso, reforçar a educação e trazer a velocidade para o centro do debate é fundamental.
“Não basta ensinar a passar no exame de direção. O papel da autoescola é formar condutores conscientes, capazes de entender que respeitar limites é preservar vidas. Esse é o tipo de aprendizado que se leva para sempre”, explica Celso Mariano.
O papel das famílias
As famílias também têm papel crucial. A forma como os adultos se comportam ao volante serve de modelo para crianças e adolescentes. Um pai que ultrapassa em alta velocidade ou desrespeita sinais de trânsito transmite a mensagem de que essas atitudes são aceitáveis.
Por outro lado, atitudes responsáveis — como usar sempre o cinto, respeitar faixas e desacelerar em áreas escolares — reforçam a cultura da segurança e inspiram os mais jovens.
Educação continuada
A formação para o trânsito não deve se limitar à escola ou à autoescola. Universidades, empresas e até ambientes comunitários podem ser espaços de aprendizado e conscientização. Além disso, campanhas permanentes ajudam a relembrar os riscos da pressa e a importância do respeito mútuo.
Investimento no futuro
Educar crianças e jovens para o trânsito é investir em um futuro com menos acidentes e mais respeito. Quando o tema é trabalhado de forma contínua, cria-se uma geração de cidadãos mais conscientes, preparados para assumir seu papel na mobilidade urbana.