
A pesquisa mostra, entretanto, que houve queda no percentual de brasileiros que viajaram ou têm intenção de viajar este ano de 32% para 29%. Na classe C, 25% têm intenção de viajar. Já nas classes A e B, esse número sobe para 46%.
Para a classe C, a preferência pelas viagens de carro avançou de 19% para 26%. Nas classes A e B o carro foi preferido por 66% (contra 55% no ano passado), enquanto nas classes D e E as viagens de carro cresceram de 4% para 12%.
O economista Christian Travassos, da Fecomércio-RJ, disse hoje (9) à Agência Brasil que desde a crise financeira internacional do final de 2008 e início de 2009, o governo promoveu isenções do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para estimular o consumo. “No caso de veículos, isso foi uma estratégia recorrente”, acentuou, lembrando que esse tipo de financiamento não é quitado de uma hora para outra.
Travassos disse que em 2012, o poder aquisitivo das famílias foi menor que em 2011 e 2010, embora o consumo se mantenha como carro chefe da economia. Nesse cenário, “nada mais prudente que você juntar o útil ao agradável. Você financia um carro, aproveita aquele bem para fazer uma viagem mais em conta e economiza no transporte”.
A retração na intenção de viajar para os brasileiros em geral ocorreu, segundo o economista, em função de um orçamento mais apertado em 2012, “dentro da prudência de economizar no lazer, tendo em vista o grau de comprometimento da renda com financiamentos e contas mais elevadas este ano”. Nesse quadro, o economista avaliou que é natural que os consumidores “tenham um pé no freio com o lazer e prefiram utilizar o carro como meio de transporte”.
De acordo com a pesquisa, está crescendo também a opção dos brasileiros em viajar dentro do país, priorizando as viagens dentro do próprio estado (59%) ou fora do estado de origem( 42%), com destaque, entre as motivações, para férias (48%) e visitas a parentes (44%).
“O brasileiro em geral divide as viagens entre dois principais motivos: lazer ou visita a parentes e amigos. Bem adiante você vê negócios como uma opção bem menor”. Motivos profissionais são apontados por 7% dos brasileiros. “Com o maior comprometimento da renda com compromissos já assumidos, ficou relativamente mais vantajoso viajar próximo de casa”.
Em relação à infraestrutura turística, a questão da segurança foi apontada como o item que mais precisa melhorar. Em uma escala de 0 a 10, segurança recebeu a menor nota (4,6), enquanto os itens mais bem avaliados foram hotéis (7) e bares e restaurantes (6,7).
FONTE: Vrum