06 de dezembro de 2025

Pisca-alerta: quando realmente usar e por que o mau uso vira perigo no trânsito

Entenda o que determina o Código de Trânsito Brasileiro, desfaça confusões comuns e adote boas práticas para evitar multas e colisões.


Por Mariana Czerwonka Publicado 23/07/2025 às 08h15
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uso pisca alerta
Basta circular alguns quilômetros em qualquer grande cidade para encontrar motoristas que acionam o recurso sem justificativa. Foto: Rosinka79 para Depositphotos

O pisca-alerta existe com um propósito: ele sinaliza que o veículo está parado ou reduzido a velocidade por causa de uma emergência. No entanto, basta circular alguns quilômetros em qualquer grande cidade para encontrar motoristas que fazem o uso do pisca-alerta fora desse contexto, seja durante chuva forte, engarrafamentos ou até em fila dupla. Além de fugir à finalidade prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a prática cria um efeito cascata de risco, desinformação e incidentes.

O que diz a lei

O artigo 40, inciso V, do CTB estabelece que o pisca-alerta só pode ser usado quando:

  1. O veículo estiver imobilizado na via por emergência;
  2. Quando a regulamentação da via assim o determinar.

Qualquer uso diferente configura infração média (art. 251, inciso I) com multa de R$ 130,16 e quatro pontos na CNH, além de colocar outros condutores em perigo.

Por que o abuso do pisca-alerta é perigoso?

Cenário de uso indevidoRiscos práticosConsequências possíveis
Chuva intensa ou neblinaA luz intermitente confunde quem trafega atrás, que pode acreditar que o veículo está parado; dificulta a percepção de distânciaColisões traseiras ou perda de controle por frenagens bruscas
Veículo em movimento em congestionamentoO pisca-alerta neutraliza luzes de seta e freio, impedindo a leitura correta das intenções do motoristaBatidas laterais pelo inesperado, agravamento de engarrafamentos
Fila dupla ou embarque rápidoSinaliza “estou errado, mas só um minutinho” e incentiva desrespeito sistêmico à regra de parada/estacionamentoObstrução de faixa, atropelamentos de pedestres que surgem entre carros

Além disso, o pisca-alerta ligado por longos períodos desperdiça energia elétrica e acelera o desgaste de relés e lâmpadas.

Como agir corretamente

  • Pane ou acidente? Encoste no acostamento ou área de refúgio, ligue o pisca-alerta e, se possível, posicione triângulo a 30 m do veículo.
  • Chuva torrencial? Reduza a velocidade, mantenha faróis baixos (faróis de neblina, se houver) e não ligue o pisca-alerta – ele serve apenas quando há imobilização.
  • Engarrafamento? Use o pedal do freio (luz de freio) e a seta para indicar mudança de faixa. O pisca-alerta só entra se o trânsito parar por completo e surgir uma situação atípica de risco, como um veículo atravessado na pista.
  • Fila dupla nunca é situação de emergência; procure vaga regular para estacionamento.

Ao transformar o pisca-alerta em reflexo de impaciência, o condutor perde credibilidade e, pior, abre espaço para acidentes evitáveis – principalmente à noite, quando as luzes piscantes podem ofuscar e confundir outros motoristas.

Mariana Czerwonka

Meu nome é Mariana, sou formada em jornalismo pela Universidade Tuiuti do Paraná e especialista em Comunicação Empresarial, pela PUC/PR. Desde que comecei a trabalhar, me envolvi com o trânsito, mais especificamente com Educação de Trânsito. Não tem prazer maior no mundo do que trabalhar por um propósito. Posso dizer com orgulho que tenho um grande objetivo: ajudar a salvar vidas! Esse é o meu trabalho. Hoje me sinto um pouco especialista em trânsito, pois já são 11 anos acompanhando diariamente as notícias, as leis, resoluções, e as polêmicas sobre o tema. Sou responsável pelo Portal do Trânsito, um ambiente verdadeiramente integrador de informações, atividades, produtos e serviços na área de trânsito.

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