07 de dezembro de 2025

Iniciativa alerta motoristas de ônibus sobre pontos cegos que causam acidentes

Ação em Manaus chama atenção para um desafio presente em todas as cidades brasileiras: a convivência segura entre grandes veículos e usuários mais vulneráveis no trânsito.


Por Assessoria de Imprensa Publicado 28/07/2025 às 20h10
Ouvir: 00:00
pontos cegos ônibus
Em todas as grandes cidades brasileiras, o compartilhamento do espaço entre veículos pesados e motociclistas requer estratégias de formação continuada dos condutores. Foto: joasouza para Depositphotos

A convivência segura entre motociclistas e motoristas de ônibus é um desafio presente em todas as cidades brasileiras. E uma das causas frequentes de colisões e atropelamentos é o chamado “ponto cego” — áreas ao redor dos veículos onde a visibilidade do condutor é parcial ou nula, aumentando o risco de sinistros.

Com foco na educação para o trânsito e na prevenção de acidentes, uma ação realizada pela Prefeitura de Manaus, por meio do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), em parceria com a Moto Honda da Amazônia e o Centro Educacional de Trânsito Honda (Ceth), ganhou destaque como exemplo de prática que pode ser replicada em diversas regiões do Brasil.

A atividade foi voltada a motoristas de ônibus e combinou palestras teóricas e dinâmicas práticas, com destaque para simulações que demonstram a dificuldade dos condutores em perceber motociclistas que trafegam em áreas de pouca visibilidade ao redor dos coletivos.

Educação prática e mudança de comportamento

Durante a ação, os participantes conheceram a estrutura do Ceth e participaram de uma dinâmica em que motoristas se posicionaram na cabine dos ônibus enquanto instrutores conduziam motocicletas nos pontos cegos. O objetivo foi mostrar na prática como esses pontos comprometem a visibilidade assim como exigem atenção redobrada.

“Em Manaus, onde circulam aproximadamente um milhão de veículos, a premissa é a de compartilhar o espaço viário, em vez de disputá-lo. Essa ação apresenta dicas relevantes, e uma das atividades é focada no ‘ponto cego’, muitas vezes causado por retrovisores mal ajustados ou falta de percepção do condutor”, explicou Werrison Freitas, educador de trânsito do IMMU.

Essa realidade, no entanto, não se limita à capital amazonense. Em todas as grandes cidades brasileiras, o compartilhamento do espaço entre veículos pesados e motociclistas requer estratégias de formação continuada dos condutores e um olhar mais atento das autoridades públicas.

Conforme dados do Ministério da Saúde, os motociclistas representam mais de 30% das vítimas fatais no trânsito brasileiro, com grande parte dos sinistros ocorrendo em interações com veículos maiores. Em Manaus, só no primeiro semestre de 2025, houve o registro de 124 mortes no trânsito, sendo 60 envolvendo motocicletas.

“Aproveitamos a oportunidade para informar as atualizações da legislação e enfatizar os cuidados para uma direção segura. Esperamos que haja mudança de comportamento e menos sinistros de trânsito”, afirmou Hanara Carvalho de Souza, chefe da Divisão de Educação no Trânsito do IMMU.

Moto como veículo e motociclista como cidadão

Um dos pontos centrais da ação foi também combater estigmas em torno da motocicleta. Para Ozéias Andrade, especialista do Centro Educacional de Trânsito Honda, a segurança viária não depende do tipo de veículo, mas da postura do condutor:

“A moto é um veículo como qualquer outro. Se mantida em condições adequadas, não representa perigo. A chave para a segurança está na conscientização e responsabilidade do condutor. Acreditamos que a educação é um pilar essencial para transformar o trânsito”, reforçou.

O motorista profissional Waldenesio Ferreira de Oliveira, com mais de 25 anos de experiência ao volante de ônibus, também destacou a importância da atenção aos pontos cegos:

“Temos estes pontos tanto no lado direito quanto esquerdo. No trânsito, é essencial dar atenção especial a estes locais para evitar acidentes”, afirmou.

Ações replicáveis em todo o país

A atividade realizada em Manaus é exemplo de ação educativa concreta e replicável em todo o território nacional, especialmente em cidades que enfrentam desafios semelhantes com frotas de transporte coletivo e grande circulação de motocicletas.

Conforme o especialista em trânsito Celso Mariano é preciso ampliar esse tipo de abordagem.

“É urgente capacitar motoristas profissionais para que entendam os riscos invisíveis no trânsito, como os pontos cegos. Essa é uma responsabilidade compartilhada entre o poder público, empresas e os próprios condutores. Quanto mais real for a experiência, maior o potencial de mudança de comportamento.”

Para além da fiscalização, a educação permanente e o diálogo entre modais são estratégias fundamentais para construir um trânsito mais seguro bem como empático. E como mostra o caso de Manaus, a mudança começa com visão, escuta e prática.

Assessoria de Imprensa

Conteúdo enviado por Assessoria de Imprensa especializada. Para encaminhar a sua sugestão, basta enviar e-mail para contato@portaldotransito.com.br

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *