Acidentes de trânsito causam grande prejuízo
Os motoristas bêbados ou imprudentes causaram um prejuízo de R$ 4,2 milhões à Eletrobrás em Alagoas por causa de acidentes de trânsito envolvendo os postes de energia elétrica. Em 2012, foram 700 postes derrubados em colisões, 30% deles por caminhões na região canavieira. O serviço em cada equipamento, incluindo a movimentação de equipe, custa R$ 7 mil. A estatal pagou, em 2011, R$ 5 milhões em multas aos consumidores, por causa das constantes quedas de energia, além do tempo em que os usuários ficaram sem luz.
O diretor de operações da Eletrobrás, Vladimir de Abreu, tem o mapa dos locais onde os “abalroamentos” – linguagem usada pelos técnicos ao falar de acidentes de trânsito com postes – acontecem: em Maceió, os bairros de Cruz das Almas, Stella Maris, Serraria e Ponta Verde. Eles concentram 70% dos acidentes com postes de todo o Estado. “Todos esses bairros são regiões de bares. Há uma relação entre o álcool e os postes destruídos. A Eletrobrás acaba tendo prejuízo com a imagem ao consumidor porque quando há um abalroamento a responsabilidade é de quem cometeu o acidente, mas o consumidor não faz esta associação”, disse Abreu.
“Os acidentes aumentam principalmente quando tem shows nos fins de semana. Os motoristas bebem e pegam no volante, causando acidentes”, analisa. Segundo ele, 30% dos abalroamentos são causados por motoristas que dirigem caminhões na região sucroalcooleira. “Uma manobra errada e aí o motorista bate no poste ou a altura do caminhão causa este acidente”, explicou. Porém, a maior preocupação da companhia é com as queimadas da palha da cana, na hora da safra. Uma destas queimadas acabou causando o desligamento da maior produtora de resinas termoplásticas das Américas: a Braskem. O polo cloroalcoolquímico alagoano também ficou sem luz.
Um helicóptero ajuda a fiscalizar a região canaveira, para evitar os excessos. “A orientação que damos ao produtores de cana vem em reuniões. Conversamos sobre a importância de queimar a palha da cana deitada porque o tamanho das chamas diminui e não causa prejuizos aos empresários”, disse o diretor de Operações da Eletrobrás. A queima da palha da cana deitada é um método simples: dois caminhões amarram uma corrente e “penteiam” a plantação. “Deitada”, as chamas alcançam altura máxima de 5 m. Sem o sistema, o fogo na palha da cana pode atingir os cabos de alto tensão – entre 15 m e 20 m de altura.
Comerciantes da cidade de Arapiraca, no agreste alagoano, vão procurar, na próxima semana, o Ministério Público Estadual por causa das constantes quedas de energia. Eles responsabilizam a Eletrobrás pelas quedas de energia. Segundo a estatal, a queimada da cana também é a responsável pelas quedas. Nesta semana, os deputados estaduais discutiram alternativas para diminuir os efeitos ambientais e os prejuízos econômicos das queimadas da cana de açúcar. Alagoas é o maior produtor de açúcar e álcool do Nordeste, mas não tem uma legislação que controle as queimadas da palha da cana.
Fonte: Terra Brasil