Aumento da frota particular é problema de saúde e meio ambiente
O número de veículos nas ruas de Curitiba – incluindo carros, motos, ônibus, caminhões e outros – aumentou sete vezes nos últimos 40 anos, passando de pouco mais de 200 mil na década de 1970 para 1,4 milhão em 2014. No mesmo período, a população da cidade dobrou, indo de 923 mil habitantes para 1,86 milhão em 2014.
Hoje, em Curitiba há 1,33 habitante para cada veículo – na década de 1970 está relação era de 4,52 habitantes por veículo – sendo a capital mais motorizada do País, seguida de Florianópolis, Belo Horizonte e São Paulo. Se esse ritmo de crescimento da frota se mantiver, em poucos anos a relação será de um veículo para cada curitibano.
O grande crescimento da frota de veículos no Brasil nas últimas décadas e o impacto desse aumento é um dos temas em debate no seminário internacional Uso do Automóvel na Cidade, evento que será realizado pela Prefeitura de Curitiba nos dias 9 e 10 de abril no Parque Barigui, em parceria com Universidade Positivo, Grupo GRPcom, Associação Comercial do Paraná e Renault do Brasil.
Uma grande frota gera desafios não somente na gestão do trânsito como também no meio ambiente e na saúde. O sistema de saúde gasta, atualmente, R$ 8,45 milhões ao ano no tratamento de vítimas de acidente de trânsito em Curitiba. O número contabiliza apenas as despesas com internações hospitalares, ou seja, não inclui os recursos dispensados na reabilitação desses pacientes.
Segundo o projeto Vida no Trânsito – uma parceria entre diversos órgãos públicos municipais, estaduais e federais para a análise de acidentes de trânsito em cinco capitais brasileiras, incluindo Curitiba –, em 2013, 1.949 pessoas foram vítimas em acidentes de trânsito na capital paranaense, 215 das quais necessitaram de UTI.
“Acidentes e violências são a terceira principal causa de óbitos em Curitiba, atrás apenas dos problemas circulatórios e de neoplasias. Se considerarmos apenas a faixa etária entre 5 e 39 anos, eles se tornam a principal causa. Não resta dúvida de que o trânsito é uma questão que extrapola as discussões sobre infraestrutura. É também uma questão de saúde pública”, afirma o secretário municipal da Saúde de Curitiba, Adriano Massuda.
Além do investimento em infraestrutura, com o término da Linha Verde (importante via estrutural da cidade), a modernização do corredor aeroporto internacional-rodoferroviária, a requalificação e revitalização de ruas com novos pavimentos e sinalização viária, a Prefeitura de Curitiba também está investindo em outros modais, prioritariamente no transporte público e na bicicleta.
A atual gestão já implantou mais de 70 quilômetros de novas ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas – o que representa uma expansão, em dois anos, de 50% da malha cicloviária, que era de 127 quilômetros no início de 2013.
Criou também faixas exclusivas para o transporte coletivo – além dos conhecidos e tradicionais corredores (canaletas) exclusivos dos ônibus biarticulados (expressos). Em 2014, foi criada a primeira Via Calma do Brasil na Avenida Sete de Setembro, que destaca o compartilhamento de trânsito entre bicicletas e veículos.
A Prefeitura de Curitiba segue no desenvolvimento de outras soluções e projetos para melhorar a mobilidade urbana da cidade e o seminário servirá não somente para discutir como também fomentar soluções para os problemas de mobilidade das grandes cidades.
Inscrições para o seminário
As inscrições para o seminário internacional Uso do Automóvel na Cidade, que será realizado nos dias 9 e 10 de abril, no Salão de Atos do Parque Barigui, podem ser feitas pelo site www.curitiba.pr.gov.br/usodoautomovel, ou entrar em contato através do e-mail internacional@pmc.curitiba.pr.gov.br e telefone (41) 3350-8141.
Alguns dos temas que estarão em debate são: veículos elétricos, compartilhamento de veículos, carona solidária, faixas exclusiva para veículos com três ou mais passageiros, restrição e regulamentação de estacionamentos novas plataformas de locomoção individual, entre outras.
Com informações da Assessoria de Imprensa