“A escola não é o problema, é parte da solução”, alerta especialista sobre proposta que torna autoescola opcional
A proposta do governo federal de extinguir a obrigatoriedade do curso em autoescolas para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) continua gerando forte reação entre especialistas e profissionais da área de trânsito. Em vídeo publicado nas redes sociais, a educadora Anna Maria Prediger, referência em educação para o trânsito no Brasil, criticou duramente a ideia. Ela a classificou como um retrocesso perigoso com alto custo social e humano.
Segundo ela, num país onde mais de 30 mil pessoas morrem por ano no trânsito, pensar em facilitar a obtenção da CNH sem garantir formação adequada é ignorar a gravidade da crise de segurança viária que o Brasil enfrenta.
“O número mais assustador não é o de mortos, é o de quem sobrevive com sequelas. Para cada vida perdida, pelo menos cinco pessoas ficam inválidas. São mais de 50 mil brasileiros por ano”, alertou Anna Maria.
Ela lembra que boa parte dessas vítimas são jovens, que mal iniciaram a vida adulta e já precisam se aposentar por invalidez após um sinistro de trânsito. “E agora o governo quer facilitar a habilitação, tornando a escola opcional?”, questiona.
A falsa economia que pode sair muito mais cara
A proposta em discussão sugere que os candidatos à primeira habilitação possam escolher não frequentar o curso teórico e prático em Centros de Formação de Condutores (CFCs). Assim, substituindo o aprendizado formal por meios alternativos, como aulas com parentes ou vídeos da internet. A justificativa principal seria reduzir os custos do processo para a população. Atualmente esse valor está em torno de R$ 3 mil por CNH, segundo estimativas do próprio governo.
Para a especialista, essa conta não fecha.
“O Brasil gasta mais de R$ 50 bilhões por ano com sinistros de trânsito. A proposta é economizar R$ 3 mil por CNH, mas a conta do caos no trânsito vai ser muito mais cara”, argumentou.
Formação responsável x improviso
Anna Maria também rebate a ideia de que a autoescola seria um entrave ou um obstáculo burocrático ao acesso à habilitação. Ao contrário: ela defende que as escolas de formação de condutores são parte essencial da solução. Isso porque oferecem conteúdo técnico, pedagógico e comportamental estruturado — algo que dificilmente pode ser reproduzido em ambientes informais.
“Acha que aprender com o tio ou no YouTube vai formar condutores melhores e mais conscientes?”, questionou, em tom crítico.
Ela reconhece que o processo de habilitação brasileiro precisa de melhorias, como revisão de taxas e maior transparência nos custos. No entanto, enfatiza que é preciso fazer isso com responsabilidade e foco na preservação da vida.
“Quer economizar? Reduzir taxas, isentar impostos, apoiar quem forma com responsabilidade. O processo precisa sim ser melhorado, mas não eliminado”, defende.
Quem pagará a conta do aumento da violência no trânsito?
A fala da especialista vai ao encontro de posicionamentos já manifestados por entidades como a Associação Nacional dos Detrans (AND), a Associação Brasileira das Autoescolas (ABRAUTO) e especialistas como Celso Mariano e Ygor Valença. Todos vêm alertando para os riscos de uma formação sem critérios, sem controle e sem base pedagógica.
“Quando o trânsito virar ainda mais um campo de guerra, quem é que vai pagar essa conta?”, conclui Anna Maria.
O recado é claro: em um país que já convive com números alarmantes de mortes e sequelas no trânsito, qualquer mudança no processo de habilitação deve priorizar a formação de qualidade. Além disso, o preparo técnico e a consciência cidadã dos futuros condutores. Tornar a autoescola opcional pode parecer uma solução de curto prazo. No entanto, tende a agravar um problema que já custa caro — em vidas, saúde pública e recursos.
Na verdade as Auto escolas são muito ruins, instrutores despreparados que na prática ensinam muito pouco. A qualidade do ensino é péssima, os conteúdos dos materiais não são atualizados, os alunos não conseguem absorver com isso bons ensinamentos que são fundamentais para os novos condutores. Vejo que essas empresas ditas auto escolas visam apenas o lucro deixando o principal que seria formar bem o candidato à CNH em segundo plano. Fui instrutor de Auto Escola por um curto período e percebi que não era sério a coisa uma vez que a idéia era fazer com que o aluno simplesmente passasse nas provas. A questão da consciência, da responsabilidade na direção de um veículo, da cidadania, do respeito ao outro eram apenas perfumaria. É claro que não podemos generalizar pois, há raras exceções de boa qualidade nos ensinamentos em algumas Auto escolas. Penso que realmente algo deve ser feito pelo governo afim de garantir mais qualidade na formação de condutores.
Bom dia
Concordo plenamento com a matéria; Isso não é questão política visando angariar votos isso é questão de preservação de vidas. Temos problemas com auto escolas sim temos mas a solução não é acabar com as mesmas mas fazer melhorias; temos profissionais sérios que visam preparar os novos condutores para conviver harmoniosamente no trânsito respeitando as leis e a vida! Temos que trabalhar para melhorar e não acabar com o sistema. Ou vamos continuar andando para trás por causa de alguns políticos que não tem a vida como prioridade? Meu caro infelizmente voce foi instrutor em uma auto escola que não é profissioal e não leva á serio os ensinamentos… Temos auto escolas ruins como qualquer profissão tem; mas não podemos generalizar, precisamos de melhorias sim mas não acabar com o sitema que tem vários profissionais sérios… Na minha cidade eu spu instrutor e infelizmente não sou muito bem visto por alguns donos de auto escolas e nem por instrutores pelo simples motivo de eu ensinar a educação no trânsito, cidadania e aboa convivência dos condutores a consequência é os alunos passarem nos exames de vir me agradecer isso sim é gratificaante.. O foco é preservar a vida, aprender á dirigir e passar nos exames é consequência..
Pedro, pelo seu comentário é fato que você se engloba no problema sem dar soluções. Se você ver os comentários dos nossos alunos, não existe um se quer que nos elogiam tanto na parte teórica( em que eu dou as aulas) como na parte prática. Você poderia tecer críticas sobre lucros se fosse um proprietário mas como pode fazer acusações em base? Com relação a ensinar somente para passar na prova é meia verdade pois hoje o numero de aulas é 20 regulamentado em lei federal e acaba supondo que em 20 aulas o aluno sai pilotando kkkk Comercialmente impor 20 aulas é péssimo pois não conheço aluno que sai com segurança mesmo passando direto em todos os exames mas por outro lado 20 aulas só dá para passar o mínimo que é exigido no exame, ou seja como vamos ensinar a dirigir nas vias sem que o aluno tenha condições mínimas para isso? No Art 26 o trânsito jamais pode ser obstruído ou seja você não pode ser obstáculo por falta de perícia (habilidade) mesmo com alunos que estão em fase de aprendizagem por isso buscamos vias locais para maior segurança de todos até que o aluno tenha condições de dirigir em vias mais movimentadas como as arteriais. Acho que você poderia fazer um estágio comigo e esta convidado.
Bom dia
Concordo plenamento com a matéria; Isso não é questão política visando angariar votos isso é questão de preservação de vidas. Temos problemas com auto escolas sim temos mas a solução não é acabar com as mesmas mas fazer melhorias; temos profissionais sérios que visam preparar os novos condutores para conviver harmoniosamente no trânsito respeitando as leis e a vida! Temos que trabalhar para melhorar e não acabar com o sistema. Ou vamos continuar andando para trás por causa de alguns políticos que não tem a vida como prioridade?
No Brasil tudo é feito por achismo, basta um ministro irresponsável achar que qualquer um pode aprender a dirigir um veículo de forma autônoma atropelando as leis como dirigir sem habilitação no Art 309 do CTB que é crime pois somente a falta de perícia do condutor leva ao risco eminente a terceiros e a si próprio ou seja, não é necessário provocar acidente para ser considerado crime. As auto escolas sempre lhe é imputado sobre todas as mazelas e insatisfações do setor, colocam valores irreais como de R$3.000 a R$4.000 para tirar uma habilitação sendo que em SP o total é de R$ 1.700 a R$2.000 levando a essas instituições cobrar valores altos em outros serviços como remarcação de exames e aulas avulsas para poder sobreviver. Lembrando que as auto escolas não tem um só subsídio de impostos e taxas na compra de veículos e manutenção como tem os taxistas e só fomos isentos do rodízio municipal este ano. Outra situação é a falta de bom senso dos examinadores que levam a religião para aprovar alunos que se identificam com orações antes de iniciar a prova e depois esses alunos nos relatam que o examinador ajudou auxiliando as etapas e no fim diz a eles que a oração dele o ajudou, um absurdo aprovar gente sem condições por conta da fé, esse é só um exemplo que contribui para péssimos motoristas que aí estão.
Perfeito Sergio, concordo plenamente… Nas minhas aultas teoricas eu sempre falo para meus alunos se dediquem e não ficam achando que na hora da prova ou do exame prático deus vai enviar um anjo para lhe ajudar isso não acontece…. è somente sua dedicação e esforço…