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Ciclistas na pandemia: crescimento do uso da bicicleta esbarra em falta de infraestrutura, desconhecimento da legislação e falta de empatia


Por Mariana Czerwonka Publicado 05/08/2021 às 11h12 Atualizado 08/11/2022 às 21h24
 Tempo de leitura estimado: 00:00

O Portal do Trânsito foi às ruas para tentar entender melhor o cenário sobre os ciclistas na pandemia e os desafios que esses usuários encontram nas vias.

O uso da bicicleta cresceu muito durante a pandemia, seja para lazer, como veículo de uso diário e até para o trabalho. Segundo levantamento da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), realizado junto às 40 empresas associadas, houve um aumento de 118% nas vendas de bicicletas entre 15 de junho e 15 de julho de 2020, em relação ao mesmo período de 2019. Além disso, um levantamento do NZN Intelligence, em parceria com o Estadão Summit Mobilidade Urbana, que ouviu 2,2 mil respondentes em todas as regiões do País, mostrou que, no Brasil, 45,3% das pessoas mudaram a forma de se deslocar desde o início da pandemia. Sendo que 10,6% renderam-se ao uso da bicicleta.

Ainda segundo a mesma pesquisa, para 33,60% dos entrevistados ainda faltam ciclovias no Brasil e 30,49% reclamam das ruas mal iluminadas.

Para entender um pouco melhor esse cenário e os desafios encontrados nas ruas, o Portal do Trânsito foi ouvir as demandas dos ciclistas. Assista!

O outro lado

Gustavo Garrett, arquiteto urbanista da Superintendência de Trânsito de Curitiba (SETRAN), diz que a Prefeitura Municipal de Curitiba não possui pesquisas ou contagens recentes de circulação de ciclistas nas vias de Curitiba que permitam um comparativo entre os cenários de antes e durante a pandemia.  “A PMC está investindo na recuperação de todas as estruturas cicloviárias existentes e ampliação da malha em mais 200km até 2024, para promover a mobilidade ativa em Curitiba”, explicou.

Sobre o tráfego de ciclistas em canaletas, como citado no vídeo, Garrett foi claro quanto à proibição do uso desse tipo de via.

“As canaletas são de uso exclusivo do Transporte Coletivo (TC). São propositadamente segregadas dos demais modais de tráfego para proporcionar segurança e fluidez na operação do TC nos eixos estruturantes da cidade. Conforme determina o CTB, além dos ônibus do TC, podem utilizar as canaletas somente veículos de urgência ou emergência em operação e devidamente sinalizados. Nesse sentido, é proibida a circulação dos demais modais através das placas de regulamentação R32 mais mensagem complementar ‘exclusivo ônibus’ nos inícios das quadras. Ainda, ao longo dos trechos também implantamos placas de regulamentação R-12 mais mensagem complementar ‘Faixa exclusiva de ônibus/evite acidentes’”, garantiu o representante da Setran.

Maior desafio: o trânsito

Conforme os ciclistas ouvidos pelo Portal do Trânsito, o maior desafio encontrado por esse usuário é o trânsito. Ou seja, a insegurança que encontram ao trafegar nas vias.

Garrett afirma que os ciclistas precisam se conscientizar que também fazem parte do trânsito e também que é necessária a união e entendimento de todos os envolvidos.

“O poder público tem que investir nos três pilares do trânsito (Engenharia, Educação e Fiscalização). Além disso, os ciclistas precisam conhecer seus direitos e praticar seus deveres no trânsito. Ao mesmo tempo, os demais condutores precisam entender que a bicicleta é uma modalidade do trânsito, limpa, saudável e benéfica à cidade”, diz.

Celso Alves Mariano, que é especialista em trânsito e diretor do Portal, faz uma análise sobre o cenário. Ele explica que ao mesmo tempo que se estimula o uso da bicicleta, é preciso criar uma rede de proteção para esse usuário com base na legislação, fiscalização, implantação da infraestrutura e em processos educativos.

Ouça o áudio completo do especialista sobre os ciclistas na pandemia.

Para concluir, o representante da Setran, diz, também,  que é necessária a constituição da cultura que a via é para todos os modais.

“É necessária a cultura da gentileza e respeito ao próximo no trânsito. Nesse sentido, a PMC está ampliando a malha cicloviária, revitalizando as estruturas cicloviárias existentes, reduzindo as velocidades das vias para um compartilhamento viário mais seguro e maior proteção aos modais ativos. Além disso, há investimentos em ações educativas permanentes, fiscalização diária em locais e trechos viários críticos, etc. Mas, somente se cada um fizer a sua parte, teremos um trânsito mais organizado e, sobretudo, mais seguro para todos os modais”, finaliza.

 

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