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Comportamentos de risco no trânsito entre universitários


Por Talita Inaba Publicado 25/03/2013 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h44
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Estudo publicado pela revista científica Alcohol e divulgado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool – CISA, organização não governamental que se destaca como uma das principais fontes no País sobre o tema, revela associação entre o baixo consumo de álcool e comportamentos de risco no trânsito entre universitários brasileiros. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), acidentes de trânsito são responsáveis por mais de 1,2 milhões de mortes no mundo a cada ano, sendo a sexta principal causa de óbito em países de renda média como, por exemplo, o Brasil. Estimativas do Ministério da Saúde revelam que entre 30% e 50% das vítimas que sofreram acidente de trânsito no País haviam ingerido bebidas alcoólicas previamente, dados que reforçam o consumo dessa substância como um dos principais fatores de risco para internações hospitalares e mortes relacionadas aos acidentes de trânsito. A literatura científica aponta uma forte associação entre comportamentos de risco no trânsito – em especial, a direção de veículos automotores e carona com motorista intoxicado com essa substância – e o consumo excessivo de álcool. Entretanto, não há evidências que mostrem essa mesma associação com baixos níveis de consumo. Desta forma, um estudo recente teve como objetivo examinar se existe algum tipo de relação entre os padrões leves e moderados de álcool e os comportamentos de risco no trânsito em universitários que participaram do “I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool, Tabaco e outras Drogas entre Universitários das 27 capitais brasileiras”, realizado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), em parceria com o Programa Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (GREA) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Foram selecionados 7.037 alunos de uma amostra representativa nacional, segundo critérios rigorosos de inclusão. Os participantes responderam voluntariamente a um questionário estruturado, anônimo e de autopreenchimento, sobre dados sociodemográficos, comportamentos de risco e, com relação ao uso de álcool, o número médio de doses* habitualmente consumidas nos últimos 12 meses. Os resultados mostraram que o risco de pegar carona com um motorista alcoolizado foi quase quatro vezes maior entre estudantes que ingeriram até duas doses de álcool do que entre aqueles que não bebiam. Ainda, a probabilidade de esse comportamento ocorrer foi proporcional ao número de doses consumidas: os indivíduos apresentaram 6,9 e até 15 vezes mais chances de engajarem-se nesse comportamento após consumir, respectivamente, três, quatro e cinco, ou mais doses de bebidas alcoólicas. Em paralelo, o risco de dirigir embriagado foi quatro vezes maior entre aqueles que consumiram álcool em níveis moderados (3-4 doses) quando comparados a estudantes que fizeram o uso de apenas uma dose. Indivíduos que beberam cinco ou mais doses estavam quase cinco vezes mais propensos a se envolver em um acidente de trânsito. Ainda que pouco significativos, os dados também mostraram um aumento na probabilidade dos universitários, principalmente os homens, apresentarem outros comportamentos de risco no trânsito com aumento do número de doses consumidas. Entre eles, destacam-se: dirigir automóveis sem o cinto de segurança, em alta velocidade, ser advertido ou brigar no trânsito. Em síntese, o estudo destacou que, mesmo em baixas quantidades, o uso de álcool está associado a comportamentos de risco no trânsito, especialmente tratando-se de pegar carona com motorista embriagado. Além disso, os autores reforçam a necessidade de aplicação da Lei nº 9.503/1997, no que se refere às infrações de trânsito, e sugerem que intervenções mais específicas sejam implementadas a fim de prevenir consequências danosas do uso de álcool entre os universitários, não apenas aos motoristas, mas também para os passageiros. * No referido estudo, uma dose de bebida alcoólica corresponde a 13 g de álcool puro, que equivale a 285 ml de cerveja, 120 ml de vinho ou 30 ml de destilados. Título do estudo: The association between low alcohol use and traffic risk behaviors among Brazilian college students. Autores: Gonçalves PD, Cunha PJ, Malbergier A, do Amaral RA, de Oliveira LG, Yang JJ, Andrade AG. Fonte: Alcohol 46 (2012): 673 – 679. Sobre o CISA O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool – CISA, organização não governamental criada em 2004 pelo psiquiatra e especialista em dependência química Dr. Arthur Guerra de Andrade, é, hoje, a maior fonte de informações no País sobre o binômio saúde e álcool. Por meio de seu website (www.cisa.org.br), a ONG disponibiliza um banco de dados que tem como base publicações científicas reconhecidas no cenário nacional e internacional, em dados oficiais (governamentais) e na informação de qualidade publicada em jornais e revistas destinados ao público geral, estudantes, profissionais de saúde, pesquisadores e empresas sobre o álcool e suas relações com o corpo, a mente e a sociedade. O CISA acredita na importância do rigor ético e na transparência de suas ações no que diz respeito à obtenção e divulgação de conhecimento atualizado e imparcial na área de saúde e álcool, e prontifica-se a colaborar com políticas públicas que abordem o tema de forma eficaz. Também está comprometido com o avanço do conhecimento nessa área e encoraja a adoção de medidas para prevenir o uso nocivo de álcool e suas consequências, por meio de parcerias e elaboração de materiais educativos e de prevenção. Fonte: Segs.com.br

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