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26 de julho de 2024

Índice de infração no trânsito revela uma sociedade doente


Por Talita Inaba Publicado 21/01/2013 às 02h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h51
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A educação no trânsito é indicador importante para se aquilatar o nível de respeito que se tem em relação ao próximo em uma comunidade. Conduzir um veículo obedecendo as normas legais é também saber lidar com as necessidades e pressões do dia a dia, entendendo as circunstâncias a que estamos sujeitos inexoravelmente a cada momento. Por isso, verificar que em Fortaleza, de janeiro e novembro de 2012, a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) registrou 478.422 infrações de trânsito, aumento de 10,6% na comparação com o ano anterior, é fato revelador de uma sociedade que vivencia um fenômeno nada animador.

O mais grave é que muitas das infrações cometidas já são consideradas como normais, não exigindo esforço para que se possa visualizá-la a todo instante na cidade. Observamos com frequência motoristas estacionando em calçadas, carros ultrapassando o limite de velocidade permitido, motociclistas utilizando o celular ou circulando nas calçadas, desrespeito ao sinal vermelho. O fato é que, a julgar pelos dados dos órgãos fiscalizadores, mais da metade dos veículos de Fortaleza foi responsável pelo número de multas.

O que torna mais alarmante esse quadro é que a própria AMC admite ser o número de multas registrado pequeno quando comparado à quantidade de infrações cometidas pelos motoristas. Conclusão perfeitamente aceitável diante do aparato de fiscalização existente em Fortaleza. É ainda lamentável aceitar como norma a avaliação de especialistas segundo a qual a presença da fiscalização altera o comportamento do condutor, sendo até mais importante do que a multa. Ora, mesmo que o aumento da fiscalização implique em diminuição das infrações, não se justifica que isso seja aceito como fator inibidor. O correto, e aqui, principalmente em virtude dos riscos inerentes ao trânsito, é que o guiador seja o seu próprio fiscal de suas atitudes. Assumir o ato de negligência apenas para ludibriar a autoridade pública, trata-se de ação doentia de quem não tem amor a sua vida, nem a do próximo. Infelizmente, todavia, é o que presenciamos corriqueiramente, o que é inaceitável, sob todos os aspectos.

Fonte: O Povo.com.br

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