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É possível diminuir os congestionamentos sem reduzir a venda de carros?


Por Mariana Czerwonka Publicado 26/09/2011 às 03h00 Atualizado 10/11/2022 às 18h47
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Como parte das atividades do movimento do Dia Mundial sem Carro, o Ipea lançou um estudo analisando as políticas voltadas para o setor. Segundo o estudo, o Brasil viveu, nos últimos quinze anos, um crescimento muito forte no transporte individual motorizado, principalmente carros e motos, e uma redução do uso de transporte público, encarecendo os serviços e piorando a qualidade de ônibus, trens e metrô. “Do ponto de vista da eficiência energética e ambiental, essa é uma tendência bastante preocupante. Enquanto a frota de automóveis cresceu 7% ao ano e a de motocicletas, 15%, o transporte público perdeu, em geral, cerca de 30% da sua demanda no período”, diz o relatório. Os pesquisadores, no entanto, acreditam que o Brasil pode reduzir os problemas gerados pelo excesso de carros e tráfego sem prejudicar economicamente o setor automobilístico ou colocar empregos em risco. Isso porque ainda há um bom espaço para que a indústria cresça, já que a taxa de veículos por habitante brasileira é pequena – em média, há 15 veículos para cada 100 habitantes no Brasil, uma taxa muito menor do que os países desenvolvidos, que chega a 50, ou dos Estados Unidos, com 80 veículos por 100 habitantes. Os pesquisadores acreditam que as pessoas podem continuar comprando carros, e o que precisa mudar é a forma de uso desses veículos – no dia a dia, menos carros e mais transporte público. O texto do Ipea cita o caso das cidades europeias e japonesas. “Na Europa e no Japão, por exemplo, a taxa de motorização da população é alta, mas o uso dos veículos individuais é relativamente baixo. As pessoas têm automóveis, mas utilizam, no dia a dia, o transporte público ou transporte não motorizado. Os automóveis atendem viagens eventuais e familiares, o que constitui um padrão de uso mais sustentável do que o americano, por exemplo, em que o automóvel assume papel predominante na matriz modal dos deslocamentos.” Para que isso ocorra, é preciso investir na melhoria do transporte público, tornando trens, ônibus e metrô mais atraentes para a utilização no dia a dia, em deslocamentos entre casa e trabalho, por exemplo. Poluentes locais e globais O estudo identificou que a emissão de poluentes globais – como o gás carbônico, um dos principais causadores das mudanças climáticas – está aumentando, graças a elevação da frota de veículos no Brasil. Por outro lado, os poluentes locais, que afetam o entorno das cidades, como o monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos, vêm diminuindo, graças a renovação da frota e a políticas como o Programa de Redução de Emissões de Veículos Automotores (Proconve). Segundo os pesquisadores do Ipea, isso é um reflexo da adoção, pelo poder público, de políticas muitas vezes contraditórias: ao mesmo em que foram tomadas boas iniciativas para reduzir a poluição e melhorar a eficiência dos veículos, uma série de políticas estimularam o transporte individual. Para de fato diminuir a poluição causada pelos transportes, os pesquisadores apresentam dois “caminhos”: o primeiro é melhorar a eficiência do transporte público, e o segundo, a eficiência individual de cada veículo. Fonte: Revista Época

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