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03 de outubro de 2024

Falta de punição contribui para aumento de mortes do trânsito


Por Mariana Czerwonka Publicado 21/09/2012 às 03h00 Atualizado 09/11/2022 às 00h04
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Falta de punição é um dos motivadores aos acidentes de trânsito, que mataram 9.936 pessoas na última década em Mato Grosso. Esta é a principal cobrança de representantes de entidades do setor que afirmam ser urgente dar resposta aos infratores, principalmente nos centros urbanos, onde se concentra o maior número de veículos. Apenas 14% das prefeituras possuem agentes de trânsito municipais e a resistência à instalação de dispositivos eletrônicos para coibir os motoristas que excedem a velocidade são fatores que contribuem à imprudência. A posição de Cuiabá entre as capitais brasileiras com a maior taxa de vítimas fatais em acidentes de trânsito é uma constatação que precisa ser tratada de forma urgente, afirma o presidente da Associação de Familiares Vítimas de Violência (AFVV), Heitor Reis. Ele aponta que a solução para prevenir a violência nas ruas e estradas passa pela fiscalização. Citando a demanda de vítimas de acidentes nos Prontos Socorros da Capital e Várzea Grande, Heitor aponta que as ações não devem se concentrar na construção de novos hospitais, mas em interromper o ciclo de violência. Oitenta e cinco por cento das internações no PS de Cuiabá, segundo ele, são de pessoas envolvidas em acidentes. Comandante do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, Wilson Batista diz haver grande dificuldade em incentivar as 3 esferas de governo na prevenção e combate à violência no trânsito. A atuação de agentes de trânsito é uma realidade para apenas 20 municípios em Mato Grosso e apresenta ações que vão na contramão, como a recente extinção destes servidores em Barra do Garças. Sem política de base, as ações de educação e conscientização também deixam de ser implementadas. As ações da Semana Nacional do Trânsito, que tem como tema este ano o excesso de velocidade, é uma formas de promover a conscientização. O presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Eugênio Destri, diz ser necessário o envolvimento de todos os níveis de governo para tratar do tema e discutir soluções. Ele aponta haver obstáculos, como investimento em base de informações e pessoal, para que o órgão atue de forma mais eficiente. Novos motoristas Cerca de 6 mil novas carteiras nacionais de habilitação (CNH), renovações e transferências do documento são emitidas por mês em Mato Grosso. A inserção de novos condutores e o aumento da frota são vistos com preocupação por pessoas que já foram vítimas de acidentes de trânsito. No dia a dia, os usuários relatam que os acidentes estão prontos para ocorrer a cada acelerada e o risco de conflitos verbais e físicos é iminente pelo estresse dos motoristas. Após contar a história de 4 dos vários acidentes que sofreu em Cuiabá, o entregador de pizza Daniel Rodrigues, 40, diz dirigir olhando para o retrovisor do veículo da frente. A falta de atenção é corriqueira e provoca, em segundos, um acidente. O sobrevivente conta emocionado da morte do irmão Samuel Rodrigues aos 22 anos em um dia de Natal na avenida Dante de Oliveira, quando um condutor embriagado bateu de frente com Samuel. “Precisa de educação pelas crianças, porque os velhos vão morrer fazendo errado”. Fonte: Só Notícias

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