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Dados mostram que a maioria dos ciclistas mortos no trânsito tem entre 50 e 59 anos

Analisando os dados do Ministério da Saúde aparecem detalhes que chamam a atenção e um deles se refere às informações sobre ciclistas mortos no trânsito brasileiro.


Por Mariana Czerwonka Publicado 15/05/2023 às 08h15 Atualizado 16/05/2023 às 10h13
 Tempo de leitura estimado: 00:00
Dados de ciclistas mortos no trânsito
Desde 2016, a faixa etária mais atingida está entre 50 e 59 anos. Foto: AdobeStock

O Ministério da Saúde divulgou recentemente os números consolidados de mortes no trânsito brasileiro em 2021. Segundo a estatística, morreram 33.813 pessoas em decorrência do trânsito brasileiro. O número é aproximadamente 3,4% maior que o registrado em 2020. Analisando os dados existem detalhes que chamam a atenção e um deles se refere às informações sobre ciclistas mortos no trânsito brasileiro.

Conforme os dados, em 2021, 1.381 ciclistas perderam a vida no trânsito do país. Foram 29 ciclistas a mais que em 2020. Se compararmos ano a ano, desde 2016, percebe-se que é um número que ou fica estável ou aumenta. Não há uma queda em nenhum dos anos analisados.

Veja a tabela:

Tabela DataSUS

Outra informação que chama a atenção é que em todos os anos, desde 2016, a faixa etária mais atingida entre os ciclistas mortos no trânsito está entre 50 e 59 anos. Também é um perfil diferente do que se verifica nos números gerais.

Conforme Dr. Flávio Emir Adura, médico do tráfego e diretor científico da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), as vítimas ciclistas, que em 1996 representavam 0,9% do total dos óbitos no trânsito brasileiro, elevaram-se para 3,5% em 2020.  

“Devido à pandemia da Covid-19, registraram-se altas históricas na frota circulante de bicicletas. Uma vez que, com o isolamento social e a necessidade de evitar aglomerações no transporte público, a bicicleta passou a ser mais utilizada como veículo de passeio para o lazer e esporte. Além disso, para deslocamentos em direção ao trabalho e estudo, transporte de cargas (mercadorias, correspondências e outros) e até como veículo para transporte de pessoas na condição de passageiros”, analisa.

O médico aponta alguns fatores de risco de sinistros que foram agravados pós pandemia. “Condições médicas, medicamentos, fadiga, sono e uso de substâncias psicoativas (drogas) são também importantes causas de acidentes de trânsito”, explica Dr. Adura.

Para reverter esse quadro, de acordo com o diretor da Abramet é preciso reforçar estratégias de policiamento e fiscalização nas vias. “Além disso, criar e aplicar legislação abrangente para a segurança no trânsito”, finaliza.

Vulnerabilidade

Conforme Adriane Picchetto Machado, especialista em psicologia do trânsito, a situação dos ciclistas é extremamente complexa. “O que nós percebemos é que os ciclistas se sentindo teoricamente protegidos tendem a assumir comportamentos de risco, causando problemas no trânsito. Então é como se eles não percebessem, muitas vezes, a própria vulnerabilidade”, argumenta.

A psicóloga explica, também, que é preciso investir em infraestrutura e educação.

“Para o motociclista e o condutor de automóvel, há um processo para que tenham informações básicas e adequadas para se comportar no trânsito. No caso dos ciclistas, não existe essa possibilidade”, questiona. 

Adriane cita também que o ciclista pode, e deve, ter atitudes que aumentem a sua própria segurança. “A pessoa precisa perceber que vai estar vulnerável nesse ambiente do trânsito, que é complexo bem como cheio de riscos”, finaliza.

Veja a entrevista completa de Adriane Picchetto Machado, especialista em psicologia do trânsito, sobre ciclistas no trânsito.

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