SP: mortes no trânsito causadas por embriaguez diminuem 31%
Para o Detran/SP, a queda no número de mortes no trânsito causadas por embriaguez se deu pelas ações de fiscalização e educação ocorridas em 2021.
Levantamento do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran/SP) mostra que o número de mortes no trânsito por embriaguez caiu 31,3% entre os anos 2019 e 2021 no estado. Foram 272 mortes no ano passado, o menor número em 5 anos.
Os dados foram divulgados para lembrar o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, celebrado no último dia 18.
Motivo da queda no número de mortes no trânsito por embriaguez
O órgão executivo de trânsito de São Paulo atribuiu essa melhora às ações de fiscalização, bem como as de educação dos motoristas que ocorreram em 2021.
Dirigir sob a influência de álcool é uma infração que pode levar o condutor a ter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa. Mas essa não é a consequência mais severa que essa atitude pode gerar.
“Quando um motorista está sob efeito de álcool, a chance dele se envolver em acidentes de trânsito e, consequentemente, causar mortes, aumenta em mais de 300%. Daí a importância de educar para conscientizar e evitar que condutores dirijam sob essa condição”, ressaltou Mauro Voltarelli, gerente de Educação para o Trânsito no Detran.SP.
Conforme o Detran/SP, no ano passado, houve a realização de 91 operações de Direção Segura Integrada. Nesse sentido, o órgão fiscalizou mais de 26 mil veículos, com 1.344 autuações. Destas 46 foram de motoristas que cometeram crime de trânsito por terem nível de álcool acima de 0,34% miligramas por litro e outros 1.135 motoristas receberam autuação por se recusarem a soprar o bafômetro.
Penalidades
Tanto dirigir sob a influência de álcool quanto recusar-se a soprar o bafômetro são infrações gravíssimas, conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Ambas as situações podem gerar multa e suspensão do direito de dirigir por 12 meses. Além disso, o recolhimento do documento de habilitação e retenção de veículo.
Efeitos do álcool
De acordo com Marcia Oliveira de Menezes Pinto, psicóloga e diretora executiva da Federação Nacional das Cooperativas de Trabalho dos Médicos e Psicólogos Peritos de Trânsito (Fenactran), o álcool é a droga psicoativa que mais causa dano social no Brasil.
Atualmente, em 50% ou mais dos acidentes de trânsito no Brasil há um condutor que dirigia alcoolizado.
O álcool é depressor do sistema nervoso central e pode alterar percepções, comportamentos, aumentar a agressividade e diminuir a atenção prejudicando a aptidão de um condutor. Com isso, torna a direção veicular insegura, podendo causar sequelas cognitivas e psicológicas permanentes. Por isso, é necessária a avaliação psicológica mais frequente destas características psíquicas, conforme previsto no artigo 268 do CTB.
Segundo Márcia, quanto mais álcool um motorista ingerir, maior será o tempo de reação e a probabilidade de não ser possível evitar uma colisão.
“Além do reflexo, perdemos, por exemplo, a coordenação global, grossa. Isso aumenta muito as chances de provocar um acidente também”, explicou ela.
Com informações do Detran/SP