25 de janeiro de 2025

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25 de janeiro de 2025

Você acha as multas de trânsito caras no Brasil? Veja quanto é em outros países

Avaliar se as multas de trânsito no Brasil são realmente caras exige um olhar mais amplo sobre o assunto. Entenda!


Por Mariana Czerwonka Publicado 04/12/2024 às 08h15
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Multas de trânsito no Brasil
Quando analisadas isoladamente, as multas brasileiras não são necessariamente as mais caras do mundo. Foto: joasouza para Depositphotos

As multas de trânsito no Brasil são frequentemente tema de debate, especialmente devido aos seus valores, considerados altos por muitos motoristas. Contudo, avaliar se elas são realmente caras exige um olhar mais amplo, que considere o poder aquisitivo da população, a natureza das infrações e a comparação com outros países.

Multas no Brasil: valores e contexto

No Brasil, as multas de trânsito são classificadas de acordo com quatro tipos de infrações: leve, média, grave e gravíssima, com valores que vão de R$ 88,38 (infração leve) a R$ 293,47 (infração gravíssima), podendo ser multiplicados em casos específicos, como dirigir sob efeito de álcool. Por exemplo, quem é flagrado dirigindo embriagado pode pagar R$ 2.934,70, valor dez vezes maior que o de uma infração gravíssima simples.

Para muitos brasileiros, especialmente os que recebem até um ou dois salários mínimos, esses valores representam um impacto financeiro significativo. Segundo dados do IBGE, cerca de 40% das famílias brasileiras têm uma renda mensal per capita inferior a R$ 500, o que torna até mesmo multas mais leves um peso econômico. Além disso, as penalidades servem como instrumento de dissuasão, buscando reduzir sinistros de trânsito e preservar vidas.

Comparação internacional

Ao comparar os valores das multas brasileiras com os de outros países, é possível perceber diferenças expressivas, tanto no montante das penalidades quanto na abordagem à fiscalização.

  • Estados Unidos: As multas variam muito de estado para estado. Por exemplo, excesso de velocidade em uma área urbana pode custar entre US$ 50 e US$ 500 (cerca de R$ 250 a R$ 2.500). Em estados como a Califórnia, dirigir sob efeito de álcool pode gerar multas de até US$ 2.000 (cerca de R$ 10.000).
  • Reino Unido: As multas são calculadas com base na renda do infrator. Para excesso de velocidade, o motorista pode pagar até 150% de sua renda semanal, com valores máximos que chegam a £2.500 (aproximadamente R$ 15.000) para infrações em rodovias.
  • Alemanha: Apesar da famosa ausência de limite de velocidade em algumas Autobahns, infrações como excesso de velocidade em áreas urbanas têm multas que começam em €30 (cerca de R$ 160), mas podem ultrapassar €600 (cerca de R$ 3.300) em casos graves.
  • Noruega: Considerada uma das legislações mais rigorosas, o país aplica multas altíssimas, como €800 (cerca de R$ 4.400) por excesso de velocidade, além de penas severas para reincidência.
  • Japão: As multas são proporcionalmente altas e variam de ¥10.000 (cerca de R$ 350) a ¥500.000 (cerca de R$ 17.000), dependendo da infração.

As multas no Brasil são realmente caras?

Quando analisadas isoladamente, as multas brasileiras não são necessariamente as mais caras do mundo. Entretanto, ao considerar o poder aquisitivo da população, elas pesam mais no bolso do cidadão médio do que em países desenvolvidos, onde a renda per capita é significativamente maior. Além disso, em muitos países, ajusta-se os valores das multas proporcionalmente à renda.

As multas de trânsito são mais do que uma questão financeira; elas refletem prioridades sociais e políticas públicas. No Brasil, o debate sobre seus valores deve incluir não só comparações internacionais. Além disso, deve envolver discussões sobre educação no trânsito, fiscalização e a equidade econômica entre os cidadãos.

Multas X Educação

Conforme Celso Mariano, especialista e diretor do Portal do Trânsito & Mobilidade, a melhor forma de conscientizar o cidadão a cumprir as regras seria através da educação de trânsito. “Apesar de várias leis determinarem a importância da educação, sabemos que estar na lei não garante o cumprimento daquilo que está estabelecido”, explica.

O especialista diz que, como isso ainda não é uma realidade, existem outros mecanismos para garantir que o cidadão cumpra o que determina a lei.

“A essência do nosso Sistema Nacional de Trânsito prevê que as punições são necessárias e indispensáveis. Considerando que as regras estão em função de princípios defendidos pela mais nobre e inteligente e de bom senso direção defensiva, normas gerais de circulação e conduta, então está tudo certo, temos mesmo que fiscalizar e punir quem não cumpre as regras”, finaliza.

Ouça o áudio completo do especialista sobre o assunto:

1 comentário

  • MARCELO
    13/12/2024 às 12:38

    Para nossa realidade as multas são sim muito caras no Brasil. Nos países da Europa e EUA por exemplo acredito que os recursos são bem aplicados. Aqui para andar de carro pagmos Pedágios caros além de IPVA, Licenciamento, e nossos governantes voltaram com Seguro Obrigatório no nosso lombo! As estradas municipais, estaduais, federais são péssimas em sua maioria e nosso transporte coletivo é um lixo!

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