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Jovens se envolvem em mais acidentes com vítima


Por Mariana Czerwonka Publicado 19/10/2011 às 02h00 Atualizado 10/11/2022 às 18h46
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Em julho deste ano, uma nutricionista de 28 anos atropelou e matou um jovem. Em setembro, um estudante de 19 anos provocou uma série de acidentes em um percurso de dez quilômetros e matou um homem.

No último domingo, outro estudante de 20 anos atropelou três pessoas que estavam em um ponto de ônibus. Os três acidentes ocorreram na Zona Oeste da capital, mas não é só isso que eles têm em comum. Foram provocados por motoristas com até 29 anos, confirmando as estatísticas oficiais sobre número de acidentes com vítimas.

Segundo os dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) de 2008 relativos ao estado de São Paulo, a cada 70 motoristas de até 29 anos, um já causou acidente com vítima. Entre a faixa de 30 a 59 anos ocorreu um acidente para cada grupo de 127 motoristas, ou seja, os jovens se envolvem 81% mais em acidentes com vítimas que os motoristas mais velhos.

Segundo o presidente da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), Mauro Augusto Ribeiro, os motivos que levam esses motoristas a liderarem as estatísticas de acidentes com vítimas são vários. A maioria deles está associada ao fato de os jovens sempre serem desafiados a ultrapassar os limites. Aliado a isso está a inexperiência na direção, a falta de atenção e o consumo de bebida alcoólica combinado com o excesso de velocidade “Os motivos que levam ao acidente de trânsito são vários. Mas o que aumenta a gravidade é o excesso de energia colocada no momento da colisão, isto é, a velocidade. Acidentes com lesões graves ou fatais só vão ocorrer em velocidade alta”, afirmou Ribeiro.

Segundo ele , uma colisão lateral ou frontal com veículos a 50 km/h é tolerável ao corpo humano. Mas se torna fatal acima de 90 km/h. Outro motivo que contribui para o maior número de acidentes entre os jovens é a formação deficitária de novos condutores. Segundo Ribeiro, o aluno é preparado para uma prova específica, que não inclui as condições reais de trânsito. “As aulas práticas não incluem fatores que limitam a direção, como transitar na chuva ou à noite, e os cuidados na estrada ou com alta velocidade”, disse.

O presidente do Sindicato das Auto Moto Escolas e Centros de Formação de Condutores do Estado de São Paulo, José Guedes Pereira, admitiu a necessidade de melhorar a formação dos motoristas. Porém, ressaltou que os recentes casos de acidentes envolvendo jovens ao volante é mais uma questão de educação e de comportamento do que de formação. “Não podemos melhorar o caráter de um cidadão em 20 aulas práticas de direção. Na maioria dos casos de acidentes, é mais imprudência dos motoristas do que imperícia. Temos compromisso com a formação dos motoristas. Mas não é possível mudar a conduta de um cidadão na formação”, afirmou Guedes.

Para o presidente da Abramet, o processo de formação de condutores no Brasil é muito simples, principalmente se comparado ao de outros países. Enquanto aqui um motorista consegue a habilitação definitiva em um ano após retirar o documento, em outros países o período probatório é de até cinco anos. O candidato de outro país também enfrenta outras proibições, como dirigir à noite, em alta velocidade ou em vias de trânsito rápido.

Fonte: Diário de São Paulo

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