07 de dezembro de 2025

Autonomia das motos elétricas ainda desafia rotina do brasileiro

Autonomia e recarga ainda desafiam motos elétricas no Brasil. Veja os números reais, limitações para viagens e como está a infraestrutura de recarga.


Por Assessoria de Imprensa Publicado 12/10/2025 às 13h30
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motos elétricas
Apesar dos avanços, existem desafios importantes. Foto: Divulgação Auper

A mobilidade elétrica cresce no Brasil e atrai cada vez mais interessados, mas a confiança do consumidor ainda depende de dois pontos decisivos: autonomia e formas de recarga. Segundo Silvio Rotilli, CEO e cofundador da Auper, apesar dos avanços, existem desafios importantes, que vão desde a infraestrutura limitada até a discrepância entre os números anunciados pelas montadoras e a realidade enfrentada pelos condutores.

“Os dados de autonomia divulgados pelas fabricantes muitas vezes não correspondem ao desempenho percebido no dia a dia. Esse é um dos fatores que ainda gera insegurança para quem pensa em migrar para a mobilidade elétrica”, destaca Rotilli.

Qual é a autonomia real das motos elétricas no Brasil?

Em teoria, os modelos disponíveis no mercado nacional oferecem entre 60 e 180 km por carga. Esse número, porém, varia de acordo com a quantidade de baterias, modo de pilotagem, peso transportado e condições do trajeto.

Na prática, usuários em plataformas como Reddit e Reclame Aqui relatam que a autonomia real é significativamente menor, mesmo em modelos com boa reputação. A diferença ocorre porque os testes oficiais geralmente são feitos em laboratório — em dinamômetros — e não consideram as condições reais do trânsito urbano, com ladeiras, acelerações constantes, carga extra e tráfego pesado.

A autonomia serve para viagens longas?

Quando o assunto é viagem de longa distância, a limitação fica ainda mais evidente. Para percorrer os cerca de 500 km entre São Paulo e Belo Horizonte, uma motocicleta a combustão exigiria apenas uma parada para reabastecimento. Já uma versão elétrica precisaria de 3 a 6 recargas para completar o mesmo percurso.

Isso não significa, porém, que as motos elétricas não atendam bem ao público urbano. Na cidade, onde a média diária de deslocamentos varia entre 20 e 40 km, a autonomia é geralmente suficiente. O desafio aparece justamente quando o usuário pretende viajar. Para alcançar maiores distâncias, seria necessário aumentar significativamente a capacidade das baterias, o que impactaria no peso da moto e comprometeria sua dirigibilidade.

Infraestrutura de recarga e swap: onde estamos?

A infraestrutura de recarga está em expansão, mas ainda concentrada nos grandes centros urbanos. Como não existem no Brasil motocicletas populares voltadas exclusivamente para o sistema de swap de baterias (troca rápida em estações), a rede de abastecimento depende, em grande parte, da infraestrutura criada para os carros elétricos — puxada por montadoras como a BYD.

Já o swap, que poderia ser uma solução para ampliar a autonomia, ainda enfrenta barreiras. Usuários relatam dificuldades com empresas que oferecem aluguel de motos elétricas nesse modelo. As queixas mais comuns incluem estações fora de operação, filas de espera e a falta de pontos em bairros afastados.

Na prática, para quem compra a moto elétrica, a realidade costuma ser outra: a maioria dos proprietários recorre à recarga em casa, o que restringe bastante o uso em viagens longas.

Aplicativos ajudam a localizar eletropostos

Existem aplicativos e sistemas de conectividade que permitem localizar eletropostos, reservar vagas e até realizar pagamentos online. Apesar disso, usuários relatam que a qualidade do serviço varia e ainda não oferece a mesma confiabilidade de uma rede consolidada de abastecimento de combustíveis fósseis.

É possível carregar em casa ou no trabalho?

Sim. Tanto os modelos com baterias removíveis quanto os de bateria fixa podem ser recarregados em tomadas convencionais. Essa possibilidade traz mais praticidade para o dia a dia, permitindo que o condutor carregue a moto enquanto trabalha ou durante a noite, em casa.

Assessoria de Imprensa

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