Educação e sustentabilidade: projeto de meninas cientistas no Paraná transforma óleo de cozinha em biodiesel
As meninas desenvolveram uma startup júnior com o propósito de reaproveitar óleo de cozinha usado e transformar o produto, que seria descartado, em biodiesel.
Um grupo de alunas do Colégio Estadual Conselheiro Carrão – escola pública de Ensino Médio em Tempo Integral, localizada no município de Assaí, no interior do Paraná, desenvolveu uma startup júnior com o propósito de reaproveitar óleo de cozinha usado e transformar o produto, que seria descartado, em biodiesel.
O projeto de iniciação científica que tem parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), e é 100% feminino, conseguiu, durante as festividades do aniversário da cidade, fazer um dos ônibus escolares municipais funcionar com o combustível sustentável desenvolvido pelas alunas integrantes do projeto.
Ou seja, a proposta deu tão certo que, mesmo após a demonstração, o veículo ainda circulou por quase uma semana para levar estudantes de uma das linhas da cidade, somente com o abastecimento do biodiesel.
O professor de Química e Física, Matheus Rossi, orientador do trabalho, ressalta que o objetivo número um do “BIOSUN” é organizar a produção do biocombustível na escola. Além disso, promover a criação de uma “linha verde” na cidade, com foco nas políticas públicas de mobilidade urbana e sustentabilidade.
“A ideia das estudantes é transformar, com o apoio da prefeitura, parte dos ônibus escolares em uma linha específica que só opere com o biodiesel produzido por meio do projeto. É uma forma de solucionar o problema de descarte irregular de compostos orgânicos e, ao mesmo tempo, promover uma verdadeira experiência tanto científica quanto empresarial”, explica.
Sustentabilidade
O projeto tem como base a compreensão de que, em sua grande maioria, recicla-se o óleo de cozinha em forma de sabão. No entanto, quando adicionado a alguns produtos químicos, é possível produzir um combustível alternativo, ecológico e com menores índices de poluição.
No BIOSUN, esquenta-se o resíduo mesclado com um álcool e uma base forte. A produção das primeiras levas ocorreu na própria escola e as demais versões dentro da UFPR, no polo Jandaia do Sul. Além disso, a escola, que faz parte do Núcleo Regional de Ensino Cornélio Procópio, também contou com o apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da prefeitura de Assaí (PR).
Sustentabilidade: perspectivas futuras da transformação em biodiesel
Agora as alunas aguardam a avaliação de viabilidade sobre a proposta de criação de uma “linha verde” na cidade. Assim como, pretendem desenvolver a continuação do trabalho que redirecione os resíduos da produção do biodiesel. O foco é o reaproveitamento integral dos recursos.
“Outros objetivos são encontrar parceiros, tanto na indústria química, visando obter reagentes e materiais no menor custo possível, possibilitando a produção de um biodiesel de bom custo-benefício, como também um investidor que proporcione a criação de um novo laboratório”, finaliza o professor Matheus Rossi.