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09 de dezembro de 2024

Projeto alternativo transforma bicicletas em ambulâncias


Por Mariana Czerwonka Publicado 25/11/2013 às 02h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h24
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Bicicleta vira ambulância

Uma bicicleta-ambulância. Esta foi a solução encontrada por Gabriel Delfino de Araújo, um jovem de 24 anos, para o caos urbano das grandes cidades brasileiras. O recém-formado designer de produtos e colaborador da distribuidora LM Bike desenvolveu um projeto de conclusão de curso que torna mais viável o pronto atendimento aos acidentes em que o deslocamento de um veículo motorizado se torna quase impossível, devido ao trânsito cada dia mais engarrafado das metrópoles.

O Projeto Salve Bike, nome dado por Gabriel para a iniciativa, foi resultado de 1 ano de pesquisa com bombeiros, paramédicos e funcionários de unidades de pronto atendimento. “Não é muito difícil constatar o problema urbano do trânsito. Basta observar as filas de carros paradas, impossibilitando a passagem das ambulâncias. A TV mostra exemplos disso o tempo todo. Há muitos casos em que o tempo do atendimento é muito importante. Minha ideia foi criar uma solução rápida, barata, ecologicamente correta, que pode tranquilamente usar os corredores entre os veículos ou até as ciclovias para chegar aos acidentados”, afirma o autor do projeto, mineiro, residente em Contagem, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte.

A Sense Eletric Bike, empresa nacional no segmento de bicicletas elétricas, foi uma das principais apoiadoras do projeto. Para Caio Ribeiro, Executivo de Vendas da marca, o projeto teve um resultado surpreendente. “É muito importante para a Sense incentivar meios para amenizar o caos no trânsito. Então, imagine conseguir fazer isto e ainda salvar vidas! Ficamos muito felizes com o resultado do projeto”, comemora. Gabriel reforça as palavras de Caio e afirma que a parceria foi importante para a viabilidade da ideia. “A geometria e as medidas do modelo Breeze da Sense foram ideais para a Salve Bike.

Além disso, outros benefícios como o baixo custo de manutenção, o baixo nível de poluição do ar e sonora e, principalmente, o fato de ser um veículo que mantém a atividade esportiva mas reduz significantemente o esforço físico, graças a tecnologia do pedal assistido, foram determinantes na escolha deste veículo em detrimento de outras opções no mercado”, completa.

Para ele, alguns números reforçam ainda mais a bicicleta elétrica como uma solução viável para os atendimentos de primeiro socorros. “Uma ambulância totalmente equipada custa em média 200 mil reais. Enquanto a bicicleta elétrica, com os equipamentos básicos de socorro, incluindo desfibrilador, cilindro de oxigênio, talas, colete cervical, entre outras coisas, tem uma estimativa de preço em torno de 10 mil! Isso sem contar os custos mensais de manutenção de um veículo motorizado, os gastos com motoristas, o preço do combustível, etc.”

A bicicleta elétrica Salve Bike parece ser uma solução ainda mais viável para atendimentos de pequenas urgências, em que o deslocamento de uma equipe médica chega a ser desnecessário. “A ambulância não chega para quem realmente precisa porque infelizmente temos um número incompatível de veículos para atender a população. Portanto, este projeto pode ajudar no atendimento principalmente em curtas distâncias, em que o acidentado precisa urgentemente dos primeiros socorros que são realmente importantes para a garantia de sua vida. Posso afirmar, a partir das minhas pesquisas, que cerca de 35% dos atendimentos acontecem com o socorrido sendo liberado no próprio local do acidente. Sem contar o número de trotes que é altíssimo neste tipo de serviço e o consequente gasto que a ambulância convencional tem para atender alarmes falsos”, explica o designer.

Tudo foi pensado na construção desta bicicleta, desde o kit completo de atendimento até os acessórios para o piloto, como capacete e roupa exclusivos. Basicamente, ela é composta por 5 alforjes feitos em fibra de vidro, devido a viabilidade inicial de custos, com uma proteção em borracha para possíveis impactos. Internamente, os equipamentos de socorros são acomodados em uma espuma de poliuretano vegetal e um sistema de vedação que mantém tudo fechado hermeticamente, evitando possíveis contaminações do ambiente. E até a famosa sirene não foi esquecida. Há sinais sonoros e luminosos, por toda a bike, para ajudar na identificação do veículo.

Sabendo da importância do seu projeto, Gabriel já tem planos futuros para ele. “Pretendo levar esta ideia principalmente para órgãos públicos que prestam serviço de atendimento como os bombeiros, o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), a polícia, etc. Seria um sonho ver meu projeto sendo viabilizado”, conclui ele.

Fonte: 360 graus

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