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No Brasil, a cada quatro minutos, morre uma pessoa vítima de trauma


Por Mariana Czerwonka Publicado 24/10/2013 às 02h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h26
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Acidentes no Brasil

A Santa Casa de São Paulo fará a Semana de Atenção ao Trauma para profissionais envolvidos no atendimento a traumatizados

Recentemente, o Brasil é vitrine para o mundo com a realização de grandes eventos mundiais como a Copa do Mundo, Olimpíadas e Jornada Mundial da Juventude, e também locais, como Virada Cultural, Parada Gay, entre outros, mas pouco se fala sobre a preparação dos hospitais e prontos-socorros para atender de uma vez só uma grande quantidade de pessoas.

Para chamar atenção a esses e outros problemas nos atendimentos de urgência e emergência, a Santa Casa de São Paulo realiza entre os dias 2 a 10 de novembro a Semana de Atenção ao Trauma, onde serão ministrados cursos sobre o atendimento ao traumatizado nas suas diversas áreas. Frequentemente, as vítimas de trauma apresentam lesões em diversos segmentos corporais e necessitam de atenção multiprofissional e multidisciplinar.

O atendimento ao traumatizado faz parte da rotina diária dos serviços de emergência de todo o país. Acidentes de trânsito, quedas, ferimentos por projéteis de arma de fogo ou por arma branca, acidentes domésticos como quedas, são todos mecanismos de trauma capazes de causar lesões das mais variadas complexidades. As vítimas de traumas são atendidas por equipes treinadas em atendimento de urgência e emergência.

Dados divulgados no último mês pelo Levantamento do Observatório Nacional de Segurança Viária mostraram que o Brasil é atualmente o país com maior número de acidentes de trânsito do mundo. A letalidade chega a ser maior que a observada nos casos de homicídios ou câncer. A pesquisa foi feita com base em registros no seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT).

Ainda segundo os dados, num universo de 100 mil habitantes cerca de 30 pessoas morrem em decorrência de acidentes de tráfego. Apenas em 2012 foram registradas 60,7 mil mortes, o que representa 4% a mais que o observado em 2011. Neste mesmo ano, houve também registro de 352 mil casos de invalidez permanente decorrente de acidentes de tráfego. As principais sequelas são relacionadas a lesões ortopédicas e neurocirúrgicas graves, que impossibilitam a reabilitação de uma vida normal, com, por exemplo, perda de memória, além de funções motoras e cognitivas.

Brasileiros famosos já passaram por problemas sérios de trauma e convivem com as sequelas até hoje. Herbert Vianna era vocalista da banda ‘Paralamas do Sucesso’ quando sofreu um acidente com a queda de um avião no Rio de Janeiro, em 2001. Com a queda, ele e a esposa sofreram diversos traumas. Ela não sobreviveu e ele permanece até hoje com sequelas do acidente. O ex-narrador de jogos de futebol da rádio Globo, Osmar Santos, também foi vítima de trauma. Enquanto dirigia seu veículo no interior de São Paulo, sofreu uma colisão contra um caminhão. Depois disso, Osmar Santos teve graves sequelas e nunca mais narrou futebol.

Segundo o coordenador da Semana da Atenção ao Trauma da Santa Casa de São Paulo, Dr. José Gustavo Parreira, médico cirurgião geral e do aparelho digestivo, a montagem de uma equipe multidisciplinar que atua no atendimento ao traumatizado é um dos maiores desafios para os hospitais e prontos-socorros do país. “Podemos entender o trauma como as lesões internas decorrentes da troca de energia entre o meio externo e o corpo. Os acidentes de tráfego, as quedas e a violência interpessoal são as causas mais frequentes. No Brasil, os dados apontam uma morte a cada quatro minutos em decorrência ao trauma”, explica. Só nos três principais prontos-socorros da Santa Casa de São Paulo (PSs Central, Ortopedia e Pediatria), por exemplo, houve entre 2010 a 2013 cerca de 120 mil vítimas de trauma encaminhadas à Instituição.

A Semana da Atenção ao Trauma é de extrema relevância para atualizar os diferentes profissionais que atuam diariamente atendendo estes doentes. Além disso, pretende trazer também a visão de profissionais que atuam fora do Brasil. Nesta primeira edição, estão confirmadas as presenças do Dr. Carlos Mesquita, de Portugal, Dr. Sandro Rizoli, do Canadá e do Dr. Raul Coimbra, que é graduado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e atua há vários anos nos EUA. Além destes, vários outros profissionais de grande experiência já confirmaram a presença nos 16 cursos oferecidos.

Fonte: Diário do Litoral

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