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Número de conversões para gás natural veicular quase dobra em nove meses no Brasil


Por Pauline Machado Publicado 28/10/2021 às 18h44 Atualizado 08/11/2022 às 21h20
 Tempo de leitura estimado: 00:00

O aumento no preço dos combustíveis impulsionou a procura pela conversão para gás natural veicular (GNV). Veja informações importantes. 

O aumento no preço de combustíveis como o álcool e a gasolina – que em alguns estados ultrapassou o valor de R$ 7 por litro no início de outubro – impulsionou a procura pela conversão para gás natural veicular (GNV) em todo o Brasil.

De acordo com dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) – antigo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), nos nove primeiros meses deste ano, mais de 160 mil veículos foram convertidos para gás natural veicular, uma alta de 88,5% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando 86.518 veículos passaram pela conversão.

Vantagens do GNV

De acordo com Everton Pedroso, presidente da Federação Nacional da Inspeção Veicular – FENIVE, em recentes pesquisas feitas em postos de combustíveis em todo o Brasil, utilizando a base de dados dos Organismos de Inspeção, constatou-se que cerca de 40% dos veículos que abasteceram estavam irregulares.

“O GNV é a alternativa mais barata e que apresenta rendimento superior ao da gasolina e do etanol. Isso representa uma economia no bolso dos motoristas, pois o preço dos outros combustíveis subiu muito”, acrescenta.

Além de ser mais barato e menos poluente, o GNV também oferece maior autonomia ao automóvel. O gás natural veicular tem rendimento médio de 13,2 km/m³, enquanto a gasolina costuma render cerca de 10,7 km/l e o etanol 7,5 km/l, conforme uma simulação feita pela Fiat.

Outra vantagem é que alguns estados, como Rio de Janeiro, Paraná e Mato Grosso, oferecem descontos em tributos para os veículos movidos a gás natural veicular, como o Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA).

Legislação específica

No entanto, a FENIVE alerta para o fato de que, apesar das vantagens e dos dados oficiais, a comercialização do GNV ainda precisa de um maior rigor nas legislações estaduais, como já acontece nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Goiás, que contam com legislações específicas tornado obrigatório ao motorista, a apresentação do Selo GNV para abastecer o veículo.

O objetivo desse tipo de fiscalização é evitar acidentes que possam colocar em risco a vida das pessoas, ressalta o presidente da FENIVE.

“É muito comum, quando ocorre uma explosão envolvendo um carro abastecido a GNV, verificar irregularidades na documentação do veículo. Ou a instalação do kit GNV era clandestina ou a inspeção veicular não estava sendo realizada com a frequência exigida pela legislação federal”, justifica.

Pedroso reforça ainda que apesar de não existirem números oficiais sobre a frota clandestina de GNV, em alguns estados brasileiros é possível estimar que os veículos circulando com esse tipo de combustível sejam o dobro do que se entende como números oficiais, tomando por base o volume de gás comercializado pelas distribuidoras estaduais e a média de consumo da frota circulante.

Obrigatoriedade do Selo de Segurança

Daniel Bassoli, diretor-executivo da FENIVE, explica que o selo GNV é um documento de porte obrigatório para o proprietário e para o condutor de um veículo movido a gás natural veicular, tendo que ser atualizado anualmente, após a aprovação na inspeção veicular obrigatória exigida para o licenciamento anual do veículo.

Ele detalha que, com a conversão para GNV, o veículo passa por um processo de alteração de suas características de fábrica, por isso, a necessidade de um novo CRV. Bassoli alerta, ainda, que, para que esse processo de conversão para gás natural veicular ocorra de forma adequada, o proprietário do veículo precisa estar atento a três questões: produtos certificados pelo INMETRO; oficinas registradas para a conversão e a verificação de segurança do veículo em um organismo de inspeção veicular acreditado pelo Instituto de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).

“O selo GNV é uma forma de evitar a utilização de produtos sucateados, a execução do serviço por pessoas não habilitadas e ainda proporciona a rastreabilidade e a segurança ao proprietário do veículo”, orienta.

Objetivos do Selo:

• Comprovar que o sistema GNV foi instalado dentro das normas e regulamentos, é seguro e, ainda, que o veículo se encontra em perfeitas condições de segurança;

• Confirmação de que os componentes do sistema são certificados pelo INMETRO e que a oficina instaladora é registrada no INMETRO;

• Evitar o uso de cilindros com testes vencidos (mais de 5 anos) ou o reaproveitamento de
cilindros sucateados em instalações clandestinas;

• Evitar a instalação clandestina e ou a manipulação de sistemas GNV por pessoas não habilitadas.

Proposta de Padronização

Para solucionar o problema da frota irregular e evitar que a fiscalização no momento do abastecimento do GNV fique sob a responsabilidade de pessoas não habilitadas, a FENIVE apresentou à diretoria do INMETRO a proposta de desenvolvimento de um software através de um termo de cooperação técnica, que faz a vinculação do kit do GNV à documentação do veículo. Dessa forma, qualquer carro que esteja fora dos padrões de conformidade exigidos pela legislação fica impedido de abastecer com o gás natural veicular, restringindo sua circulação.

Bassoli explica que a FENIVE reapresentou a plataforma ao INMETRO durante um encontro em Brasília, no mês de outubro.

“A Federação, inclusive, se propôs a fazer a doação do sistema, sem custo algum para o INMETRO. O objetivo é promover a segurança no trânsito, facilitando o rastreamento desses veículos e impedindo a instalação e o abastecimento de carros que estejam equipados com cilindros comprometidos e que já deveriam ter sido descartados”, conclui.

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