Paulistanos estão bebendo mais antes de dirigir
Os motoristas da cidade de São Paulo estão bebendo em quantidade cada vez maior antes de dirigir. É o que revelam dados da Polícia Militar. Até 18 de outubro, 2.653 pessoas ao volante foram flagradas com álcool no organismo.
Quase metade delas, 1.167 (4 por dia em média), bebeu em quantidade que caracteriza crime de trânsito. O crime acontece quando o bafômetro marca a partir de 0,34 mg/l (miligramas de álcool por litro de ar expelido; veja quadro ao lado). O número de embriagados já é 32% maior em relação a todo o ano passado –quando 879 motoristas submetidos ao bafômetro (2,4/dia) registraram altos índices de álcool no organismo.
Em 2010, 4.258 pessoas dirigiram sob influência do álcool, mas a maioria (80%) delas, tinha graduação alcoólica de 0,14 mg/l até 0,33 mg/l. Ou seja, mais motoristas foram flagrados dirigindo após beber, porém em quantidades menores. De julho a setembro, ao menos quatro pessoas morreram após serem atingidas por motoristas bêbados. Anteontem, um bancário que admitiu ter bebido, segundo a polícia, atropelou e matou dois ajudantes de jardinagem na marginal Pinheiros.
A defesa do motorista vai pedir à Justiça para que ele responda em liberdade. Para o capitão Paulo Oliveira, chefe do setor operacional do Comando de Policiamento de Trânsito da capital, o costume de sair com carro próprio, a rejeição ao táxi e a falta de transporte coletivo nas madrugadas podem ser motivos para a combinação volante/álcool. O presidente da comissão de trânsito da OAB-SP, Maurício Januzzi, diz que a fiscalização é falha. “São poucas as operações da lei seca. Por isso, as pessoas têm certeza que não vão ser paradas e, por isso, não têm medo.”
De janeiro a dezembro de 2010, 428 pessoas por dia foram submetidas ao bafômetro. Até o último dia 18 de outubro, a média de motoristas fiscalizados foi de 586 pessoas por dia. Em contrapartida, ao longo de 2010, a média de flagrados dirigindo alcoolizados era de 11,5 pessoas/dia, contra 9/dia até o dia 18. A PM ampliou o horário das operações até as 6h.
Fonte: Jornal Floripa