Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nossos sites, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar o Portal do Trânsito, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

Por que os bitrens de nove eixos são um risco ao trânsito?


Por Mariana Czerwonka Publicado 26/09/2012 às 03h00 Atualizado 09/11/2022 às 00h03
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Veículos modificados são inseguros e prejudicam as estradas

A busca incessante pela produtividade tem levado alguns transportadores a colocar as preocupações com segurança de lado e alterar implementos para carregar mais carga. O fato não é novo. Os chamados bitrenzões – com nove eixos, comprimento de 19,80 metros e peso bruto total combinado (PBTC) de 74 toneladas – estão proibidos desde 2006, segundo a resolução 211 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), mas seguem sendo produzidos de maneira ilegal. E, pior, circulando nas estradas brasileiras.

A resolução exige que estes veículos sejam tracionados por cavalos mecânicos de 6×4 e tenham entre 25 e 30 metros, aumentando os custos dos transportadores para uma adequação. Buscando diminuir o índice de bitrens ilegais, o Contran publicou, recentemente, a resolução 418, que busca deixar o assunto ainda mais claro. Porém, um erro na publicação causou o efeito contrário. De acordo com o texto, ficaria proibida “a inclusão de eixo auxiliar veicular em semirreboque com comprimento igual ou inferior a 7 metros, dotado ou não de quinta roda”.

Segundo Neuto Gonçalves dos Reis, diretor técnico da NTC & Logística, houve um erro na publicação, que deve ser corrigida em breve. “Os sete metros estão pegando a caixa de carga e não o comprimento total do chassi”, explica. “O comprimento mínimo deve ser fixado entre 25 e 30 metros para caminhões de nove eixos. Como essas combinações são muito curtas, acabam provocando danos nestes locais”, completa Reis.

A presença dos britrenzões nas estradas é resultado da mesma resolução, de 2006, que incluiu um artigo permitindo os donos que já possuíam implementos de nove eixos e até 19,80 metros de conseguir uma Autorização Especial de Trânsito (AET) para seguir circulando. Essa brecha fez com que houvesse uma “febre” de alterações nos implementos, levando alguns estados a proibir a circulação deste tipo de veículo, o que aconteceu em São Paulo e no Paraná. “É inseguro, ilegal e prejudicial às pontes, porque o peso bruto fica muito concentrado num comprimento curto. Isso é feito por quem quer tirar vantagem das brechas da lei”, ressalta Júlio César Zingalli, instrutor de direção defensiva do Centronor.

Procurado pela reportagem, o Contran não esclareceu se irá modificar a resolução 418. O duplo sentido tem feito transportadores adaptarem as carrocerias até mesmo com eixos usados, sem respeitar os critérios dos fabricantes. “Em termos de pavimento – fora as pontes – não vejo maiores problemas, mas por ser tão curto, não há distribuição do peso, o chassi e a suspensão não aguentam. Feitos de maneira ilegal, são muito perigosos”, completa Reis. Os bitrens são proibidos de circular em rodovias de pistas simples nos feriados e suas respectivas vésperas. De acordo com a Pesquisa CNT de Rodovias 2011, quase 82 mil quilômetros dos 92.747 quilômetros das principais rodovias do País têm essas características.

Cartola – Agência de Conteúdo

Receba as mais lidas da semana por e-mail

1 comentário

  • Diogo Andrade
    25/12/2023 às 09:42

    Bom dia! De que forma é feito a medida de um bitrem de nove eixos? é do primeiro eixo dianteiro até o último eixo traseiro ou é do para-choque dianteiro até ao para-choque traseiro?

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *