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Questionário de risco pode baratear ou encarecer o seguro do automóvel


Por Mariana Czerwonka Publicado 03/05/2015 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 22h52
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Fonte: Maria Emilia Staczuk

Seguro do automóvelFoi-se o tempo em que preço e modelo do automóvel eram suficientes para determinar o valor da apólice do seguro do carro. Segundo o diretor da Senzala Corretora de Seguros, André Coutinho, embora esses fatores ainda continuem tendo relevância para a precificação da cotação, essa mensuração deve-se muito às informações que constam no “questionário de risco” que identifica o perfil e estilo de vida do condutor. Os dados mais solicitados pelas seguradoras são CPF, idade, sexo, estado civil, profissão, tempo em que o condutor possui carteira de habilitação, além do CEP de pernoite do veículo.

Coutinho diz que, numa escala de zero a dez, o “questionário de risco” tem peso de 10 na cotação. “Acredito que, segundo as estatísticas recolhidas pelas seguradoras ao longo dos anos, percebeu-se que certos perfis de clientes apresentavam maiores riscos de sinistro do que outros. Por isso, a diferença de valores é imensa entre segurados de perfis diferentes”, comenta. Sendo assim, algumas situações podem contribuir para baratear o seguro do automóvel. Entre elas, estão os casos em que o seguro do automóvel é renovado sem registro de sinistro. “Não é possível assegurar que essa afirmação se aplica a todos os casos, mas à maioria deles, sim”, ressalta Coutinho.

Ele explica que o bônus tem pontuação que vai de 0 a 10, proporcional a cada ano de vigência completado do seguro do carro sem sinistro, de forma cumulativa. Quando a pessoa faz o seguro do automóvel pelo primeiro ano, parte da classe 0. Para cada ano sem sinistro, ganha-se um ponto. Ao contrário, para cada sinistro ocorrido no período de vigência do seguro do carro, retrocede-se uma classe quando da renovação da apólice. Por exemplo, se o contratante era cliente classe 6 de bônus e teve dois sinistros, retrocede para 4 em vez de passar à classe 7. “O seguro do veículo não precisa necessariamente ser renovado com a mesma seguradora para obtenção do desconto, já que o bônus está vinculado ao contratante”, observa o corretor de seguros.

Além disso, o condutor que tem habilitação há bastante tempo consegue desconto no seguro do automóvel. Coutinho diz que, geralmente, a faixa etária de condutores com 18 a 25 anos é considerada a com maior risco de sinistro pelas seguradoras. Ao contrário, se a pessoa possui a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) emitida há mais de 10 anos, o valor do seguro do carro tende a ser menor. “Algumas profissões, como professor, dentista e médico, também costumam dar desconto no seguro de automóvel”, destaca Coutinho.

Gênero e estado civil também têm impacto no valor final da apólice. “O seguro do carro costuma ser mais barato para a mulher do que para o homem, pois, estatisticamente, considera-se que elas são mais prudentes no trânsito. Se a mulher for casada, o bônus é ainda maior”, explica o diretor da Senzala Corretora de Seguros. Como exemplo, ele cita a seguinte situação: seguro para condutor que mora em Curitiba (PR), com 27 anos, casado, e que tem um Volkswagen Gol Trendline 1.0 – 2015 – 4 portas. Para um homem, o valor do seguro do veículo custaria na faixa de R$ 1.817,00, enquanto que, para uma mulher, seria na faixa de R$ 1.741,00.

A existência de garagem na residência e no trabalho também contribui para reduzir o valor do seguro, garantindo descontos médios entre 10% e 15% na apólice. Além disso, é importante verificar se o modelo do carro não está na “lista negra” das seguradoras. Coutinho diz que cada uma tem a sua própria relação de automóveis mais suscetíveis a sinistros, entretanto, alguns exemplos que costumam fazer parte dessa relação são os modelos: Honda Civic, Gol, Uno, Saveiro e os modelos mais antigos de Audi A3. Por exemplo, considerando a contratação de seguro de carro para condutor que é homem, mora em Curitiba, tem 27 anos, é casado, para carro 1.0 – 2014 – 4 portas, se o modelo do carro fosse um Gol, o valor custaria na faixa de R$ 2.651,00. Já se fosse um Palio, ele ficaria na faixa de R$ 1.854,00.

Os vilões

Se alguns itens ajudam a baratear o preço do seguro do automóvel, outros acabam influenciando em sentido contrário e contribuem para elevar a cotação. Nesse quesito, o diretor da Senzala Corretora de Seguros, André Coutinho, diz que o CEP pode ser um grande vilão. “Essas áreas de risco são identificadas por meio de estatísticas realizadas pelas próprias seguradoras. Os veículos atrelados a essas localizações mais visadas costumam ter preços maiores para o seguro”, avalia.

Entretanto, nem sempre é verdadeira a afirmação de que o valor da apólice para condutores que residem em cidade grande é maior do que para quem mora numa cidade menor. Por exemplo, numa simulação para contratação de seguro de carro para um homem, com 27 anos, solteiro, com curso superior e emprego fixo, para um Volkswagen Gol Trendline 1.0 2015 4-Portas, que mora em Curitiba, o valor da apólice seria de R$ 1.932,00, enquanto que se ele morasse em Quitandinha, o valor ficaria em R$ 2.358,00.

Automóveis com modelo esportivos também têm cotação mais elevada. “O entendimento das seguradoras é que esses modelos são fabricados com a intenção de obter uma velocidade final maior do que os demais, o que aumenta a possibilidade de ocorrência de sinistro e, portanto, encarece o seguro”, explica Coutinho.

O mesmo vale para os carros que foram blindados. “Isso dificulta a aceitação do risco, tanto que algumas seguradoras nem aceitam fazer o seguro desses automóveis. Elas entendem que, se o carro é blindado, a família é muito visada, aumentando o risco de um sinistro por roubo ou por colisão numa eventual perseguição, por exemplo”, explica o corretor de seguros.

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