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Simulador avalia conduta de motoristas idosos no trânsito do RS


Por Mariana Czerwonka Publicado 10/02/2014 às 02h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h19
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Simulador para idososDos quatro milhões de motoristas no estado, 700 mil tem mais de 60 anos. Instituto de Geriatria da PUC-RS deve começar estudo a partir de março

Dos quatro milhões de motoristas que circulam pelas estradas do Rio Grande do Sul, 700 mil tem mais de 60 anos de idade, número 30% maior do que sete anos atrás, como mostra a reportagem do Teledomingo, da RBS TV. Para avaliar as condições desses motoristas da terceira idade e facilitar a decisão sobre se um idoso pode ou não continuar dirigindo, um estudo vai usar um simulador que reproduz virtualmente as condições reais de circulação das ruas de uma cidade.

Apesar de se sentir jovem, pela legislação, Newton Boanova, de 60 anos, já é considerado um idoso. Trabalhando como motorista de táxi, ele passa grande parte do dia dirigindo e tem uma estratégia pra adiar os efeitos do envelhecimento. “Além de dirigir o táxi, me mantenho muito ativo fisicamente e acho que assim consigo não sentir diferença nenhuma”, afirma o taxista.

O aposentado Arlindo Durks já completou 70 anos e também se sente seguro na direção. “Evidentemente que a gente não tem aquela perspicácia, aquela atividade rápida que tinha aos 20 anos, mas agora eu considero que tenho compensação com a maneira mais tranquila, mais pacífica, mais solidária de dirigir o veículo”, explica.

Arlindo é um dos 70 motoristas que vão participar do estudo do Instituto de Geriatria da PUC-RS, a partir de março. Os primeiros testes vão ser aplicados em um simulador que reproduz situações cotidianas do trânsito.

“O simulador cria um ambiente virtual no qual o motorista pode dirigir um carro por meio de uma direção real. Ele vai passear por uma cidade que vai ter os mesmos elementos de uma cidade real. Vai haver carros, sinaleiras, eventualmente vai haver acidentes, vai ter uma rua molhada que exige mais cuidado, ambiente de chuva, tudo isso ele vê na tela de um computador”, explica Marcio Pinho, professor da Faculdade de Informática da PUC-RS.

O objetivo é contar com a  parceria dos órgãos de trânsito na avaliação dos resultados do simulador. O estudo inclui também  testes clínicos para avaliar, por exemplo, a memória e a atenção. A neuropsicóloga Adriana Vasques, está à frente do projeto, diz que a pesquisa quer criar um protocolo para avaliação.

“Nossa ideia é criar um protocolo com o qual a gente consiga saber que testes avaliam melhor essa capacidade de condução. É muito difícil tomar essa decisão na clínica e saber se devemos estimular que esse idoso continue dirigindo ou aconselhá-lo a parar. Hoje, não há uma forma de avaliar isso e na renovação da carteira, que é feita de três em três anos depois dos 65 anos, essa avaliação é bem resumida, se verifica a questão visual, se faz algumas perguntas para o idoso, mas tem de dado pouca atenção para as habilidades cognitivas, que são muito importantes para manter a condução segura”, aponta Adriana.

Para o médico geriatra Rodolfo Schneider, é  fundamental que os idosos passem por uma avaliação médica periódica para identificar doenças que possam interferir na direção, como as que causam alterações visuais, como a catarata, alterações neurológicas, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC), e estados de demência, como o Alzheimer, além de diabetes e hipertensão não tratada. O médico alerta também para situações que podem indicar um risco futuro.

“Pequenas colisões em casa, por exemplo, ao retirar o carro da garagem, ou envolvimentos maiores com situações no trânsito já podem chamar a atenção de que aquele idoso pode estar tendo uma dificuldade maior pra dirigir. Algumas mudanças podem acontecer de uma forma bastante sutil, o próprio idoso em um primeiro momento pode não se dar conta. A família também começa a perceber, por exemplo, mudanças no comportamento, como esquecimento, lapsos de memória e irritabilidade”, diz o geriatra.

Ele explica ainda que é importante que cada caso seja avaliado individualmente. “Tem muito idoso com idade avançada que nos surpreende fazendo atividades normais, trabalhando, dirigindo sem impacto, enquanto outras pessoas com muito menos idade já se encontram com alguns comprometimentos. Acho que a idade em si não seria um definidor, não deveria ter uma idade limite para dirigir, o que deveria ser avaliado é realmente a condição de cada motorista”, finaliza.

Fonte: Globo.com

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