Teste do bafômetro comprova que bombom com licor não indica álcool
Voluntário comeu 5 bombons pequenos e fez teste 25 minutos depois. Ministério fez testes durante lançamento de campanha do carnaval
O Ministério das Cidades promoveu nesta segunda-feira (4) teste do bafomêtro com cinco voluntários que consumiram diferentes tipos de produtos que continham álcool. Depois de 25 minutos, todos sopraram o bafômetro. O resultado: não foi constatado nenhum teor de álcool no caso de quem comeu bombom e de quem usou enxaguante bucal. Os outros três voluntários que consumiram doses pequenas de cerveja, vodka e vinho poderiam ser multados com base nas novas regras da Lei Seca.
Os testes ocorreram durante lançamento da campanha “Bebida e direção. Deixe essa mistura fora da festa”, que tem como objetivo incentivar as pessoas a não dirigir depois do consumo de bebidas alcóolicas durante o carnaval.
O governo realizou os testes após uma resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), publicada na semana passada, ter endurecido ainda mais a Lei Seca.
A partir de então, se o motorista fizer o teste do bafômetro e o aparelho indicar um valor igual ou superior 0,05 miligramas por litro de ar, ele será multado por infração gravíssima. Além de ter a habilitação apreendida por 12 meses, o condutor terá de pagar uma multa de R$ 1.915,30.
Logo depois da divulgação das novas regras, o Jornal Nacional mostrou que a ingestão de um bombom com licor ou xaropes homeopáticos poderiam causar dor de cabeça em uma blitz policial. Teste feito pelo repórter André Trigueiro mostrou, logo após consumo de bombom com licor, 1,09 mg/l. O policial explicou que em até 15 minutos o teor iria a zero, o que, de fato, ocorreu.
Durante o teste no Ministério das Cidades, os voluntários que comeram bombom com licor e utilizaram enxaguante bucal com álcool não seriam autuados. Em ambos os casos, o bafômetro não identificou álcool no organismo.
O aparelho, porém, apontou 0,12 mg/L no voluntário que tomou 1 cerveja longneck, 0,10 mg/L no rapaz que bebeu 1 dose de vodka e 0,05 mg/L na voluntária que ingeriu 1 taça de vinho. Todos eles seriam passíveis de punição se dirigissem no momento do teste.
Pela Lei Seca, o motorista pode se complicar ainda mais com a Justiça se o bafômetro indicar um nível igual ou superior a 0,34 mg/L. Neste caso, o ato será considerado como crime e o motorista pode pegar de seis meses a três anos de prisão. Nas três situações, a quantidade de álcool ingerida não seria suficiente para ser considerado crime de trânsito.
Campanha de carnaval
Em entrevista coletiva antes dos testes, o Ministério das Cidades lançou a nova campanha para diminuir o número de acidentes de trânsito durante o carnaval.
“Nós estamos tratando de um tema que não se muda por decreto”, declarou o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro. Ele destacou que a fiscalização será ainda mais rígida durante o carnaval. De acordo com o Ministério, a quantidade de mortes no trânsito brasileiro chega a 42 mil por ano.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é um dos países recordistas em relação a acidentes de trânsito. O país está em 5º lugar, precedido pela Índia, China, Rússia e EUA.
“Álcool e direção são apenas alguns dos itens que colocam o Brasil nesta posição do ranking. Essa cultura de misturar álcool e direção está aos poucos sendo vencida”, afirmou o deputado Hugo Leal (PSC-RJ).
As peças serão exibidas nas televisões, rádios, jornais e pela Internet. Elas mostram um grupo de amigos que dirigem de forma prudente pelas ruas. Porém, o carro deles é atingido por outro, conduzido por um motorista embriagado. A propaganda termina com o grupo de amigos sendo socorrido pela equipe de resgate.
Fonte: G1 Notícias