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10 de dezembro de 2024

Transporte no país é ruim, insuficiente e inseguro


Por Talita Inaba Publicado 21/06/2013 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h36
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Qualquer turista que entra em um ônibus da maioria das cidades do Brasil entenderá o drama vivido por milhares de pessoas que saíram às ruas do país nos últimos dias. Elas protestam contra o aumento das tarifas de um serviço que é insuficiente, ruim e sem segurança. Na última quarta-feira (19/06), as autoridades de São Paulo, do Rio de Janeiro e de vários outros municípios voltaram atrás em relação aos aumentos das passagens – que funcionaram, justamente, como a gota d’água para milhões de cidadãos. Os problemas do sistema de transporte público brasileiro são a queixa de Rubens Rugani, de 24 anos, que demora pelo menos uma hora para percorrer somente 11 quilômetros até seu trabalho no centro de São Paulo. Ele diz que o cálculo do tempo funciona apenas em dias com trânsito normal e sem a chuva. Rugani, que gasta 30% de seu salário somente para ir trabalhar, mora no bairro Freguesia da Ó, que apesar de ser um dos mais antigos da cidade não tem linha de metrô. O próprio prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, reconheceu que a velocidade média dos ônibus da cidade caiu pela metade nos últimos anos. Segundo ele, isso ocorreu por causa da falta de investimento por parte de seus antecessores em corredores exclusivos. A cidade tem um dos trânsitos mais caóticos do mundo. Como no caso de Rugani, é comum que paulistanos demorem horas para chegar em suas casas de ônibus, mesmo pagando uma das tarifas mais altas do continente. Vale a pena destacar: as passagens custam R$ 3, enquanto o salário mínimo é de R$ 678. A rede de metrô paulistana, com pouco mais de 74 quilômetros de extensão, é considerada insuficiente para atender a demanda de uma população de mais de 11 milhões, mais os municípios adjacentes. A Cidade do México, possui 226 quilômetros de linhas metroviárias, enquanto Santiago do Chile, uma cidade muito menor que São Paulo, tem 103 quilômetros. Esse caótico sistema tem um custo para os moradores da capital paulista. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os prejuízos somam R$ 26,8 bilhões por ano – que aparecem em acidentes no trânsito, problemas de saúde causados pela poluição e as horas perdidas gastas dentro do veículo. Para fugir dos congestionamentos e poupar o dinheiro do ônibus, Welton Gomes, de 22 anos, optou pela bicicleta. Ele pedala quase 32 quilômetros por dia desde a Avenida Paulista até sua casa, em São Miguel Paulista, na periferia da capital. Com apenas 64 quilômetros de ciclovias fixas na cidade, é possível dizer que os ciclistas praticamente arriscam suas vidas nas ruas. Segundo os últimos dados disponíveis da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, 286 pessoas morreram em 2011 andando de bicicleta. Sem segurança Como se fosse pouco, o transporte público não garante a segurança de quem o usa. Em abril, uma briga entre um passageiro e o motorista de um ônibus no Rio de Janeiro provocou a queda do veículo de um viaduto sobre a Avenida Brasil, deixando sete mortos e nove feridos. No mesmo mês uma turista americana foi estuprada em uma van na qual tinha embarcado junto com seu namorado, no bairro de Copacabana. Em maio, outra jovem foi violentada por um adolescente em um ônibus – em plena luz do dia e em frente a outros passageiros. Em 2011, cinco pessoas morreram e outras 57 ficaram feridas quando viajavam no bondinho de Santa Teresa. Apesar de ser considerado um passeio turístico, o bondinho era usado pelos moradores do bairro. Desde o acidente, eles estão sem seu principal veículo de transporte. Fonte: Época Negócios

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