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Você no Portal: Civilidade


Por Mariana Czerwonka Publicado 07/07/2010 às 03h00 Atualizado 10/11/2022 às 19h08
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Duas apreensivas senhoras aguardam, no canteiro central de uma grande avenida de Teresina, um momento para atravessar pela faixa de pedestre. Paro. Enquanto passam, com certa dificuldade, uma amparando a outra, olham para mim e acenam com gratidão. Certamente elas sabem que não fiz favor algum, apenas cumpri com o meu dever, mas elas agradeceram. Que favor, gentileza e educação tem sido cada dia mais difíceis de se ver, ninguém duvida; mas que o cumprimento de um dever, de tão raro que é, mereça ser agradecido, já é demais. A faixa de segurança é sinalização horizontal transversalmente pintada no pavimento da via em cor branca, e dá ao pedestre preferência absoluta de passagem. Cabe ao condutor, diante desse tipo de sinalização, parar e aguardar a travessia do pedestre. Não é necessário que existam placas verticais, ou sinal sonoro. Não é necessário que o pedestre acene, ou que implore. Não é necessário a utilização de dispositivos auxiliares, ou que se coloquem setas luminosas com luz intermitente apontando para o lugar onde o condutor deve parar. Tampouco deveria ser necessário que se fizesse uma campanha de conscientização dos condutores a esse respeito. Para o exercício do direito de dirigir é necessário passar pelo processo de habilitação, e o conhecimento da faixa de pedestre, e da obrigatoriedade de parada, é básico. Mesmo quem obteve a habilitação há muitos anos deveria saber – e sabe! – disso. O que tem faltado, na verdade, não é conhecimento, é respeito. Respeito ao direito do outro de fazer a travessia em segurança; respeito à coletividade; respeito às leis e normas que regulamentam o espaço público; respeito a princípios básicos de convivência e humanidade. De todas as normas de circulação e conduta, a que mais gosto, sem dúvida, é a obrigatoriedade que tenho, enquanto condutora, de parar para a passagem do pedestre. Para mim isso é mais que o cumprimento de um dever, é símbolo de respeito ao direito do outro. O ato de parar para que o outro passe me lembra que meu direito termina quando começa o direito do outro, e que saber fazer essa diferença é que é civilidade. Samara Eugênia Viana Moura Rabêlo *Os depoimentos são de responsabilidade de seus autores e não expressam necessariamente a opinião do Portal do Trânsito.

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