Canadá alerta cidadãos sobre modo de dirigir dos brasileiros
Governo canadense avisa residentes que vêm ao Brasil sobre direção “agressiva” de condutores no país. Vários outras nações alertam sobre problemas de segurança no trânsito
A fama das estradas e dos motoristas brasileiros já cruzou os mares. Vários países alertam os cidadãos que vem conhecer o Brasil sobre o perigo de dirigir por aqui. Na última semana, o Canadá emitiu recomendação alertando para as “ultrapassagens imprudentes” e os “hábitos agressivos” dos condutores brasileiros. Estados Unidos, Irlanda e Bélgica também têm recomendações para o trânsito (veja trechos de cada aviso ao final).
O recente conselho canadense se insere no hábito dasdiplomacias em fornecerem informações de segurança aos residentes que se aventuram no exterior.
O Brasil também faz “alertas aos viajantes” tupiniquinsno site do Ministério das Relações Exteriores.
Dentre as nações que se debruçaram sobre alguns dos perigos em dirigir no país, uma das mais duras são os Estados Unidos.
“O reforço das leis de trânsito varia do esporádico ao inexistente, então motoristas (dos EUA) não devem presumir que os outros vão necessariamente seguir até mesmo as mais fundamentais e amplamente aceitas regras rodoviárias”, diz o Departamento de Estado norte-americano.
Em geral, os avisos se concentram nas condições das estradas, no trânsito pesado de caminhões e na pouca presença das autoridades policiais.
O hábito de furar sinais vermelhos à noite nas grandes cidades – por questões de segurança – também é mencionado, já que não é comum em todos os lugares.
Eventuais exageros à parte, vale lembrar que as estradas brasileiras estão mesmo entre as mais mortais do mundo. Quase um milhão de pessoas perderam a vida no trânsito entre 1980 e 2011, segundo o Mapa da Violência 2013.
Veja abaixo os destaques dos conselhos emitidos por Canadá, Irlanda, Bélgica, Nova Zelândia e Estados Unidos, com os links para as fontes originais.
Trecho de destaque: “O Brasil tem uma das maiores taxas de acidentes rodoviários do mundo. Dirigir é perigoso devido aos hábitos de direção agressivos, um número significativo de caminhões, ultrapassagens imprudentes, velocidade excessiva, faixas mal sinalizadas, construção, veículos na direção errada em pistas de mão única e estradas mal conservadas”.
Trecho de destaque: “Se você está planejando dirigir no Brasil, deve ter cuidado. O Brasil tem a quinta maior taxa no mundo de mortalidade no trânsito e 40 mil morrem anualmente nas estradas do país”.
“Então, esteja preparado para parar inesperadamente, cuidado com veículos lentos, veículos que mudam de faixa sem indicação, veículos ultrapassando sinais vermelhos, especialmente à noite, e de pessoas e animais nas estradas. Pedestres não devem presumir que carros irão parar nas faixas de pedestres”.
Trechos de destaque:
Nas ruas: “Evite abrir as janelas e portas durante o trajeto para responder a questões dos passantes, mesmo que eles pareçam inocentes e mesmo que o tráfego esteja denso”.
Nas estradas: “A rede de estradas é geralmente ruim. Este é particularmente o caso na metade norte do país. Entre Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, a qualidade da rede de estradas é, no entanto, aceitável”.
Trecho de destaque: “Roubos de veículos ocorrem regularmente no Brasil. Ao dirigir, mantenha as portas trancadas e janelas fechadas. Ao dirigir à noite nas grandes cidades, é comum que motoristas não parem e não esperem nos cruzamentos pela mudança no semáforo quando não há outros carros e pessoas ao redor”.
Trechos de destaque: “Pouca habilidade na condução, estradas ruins e uma elevada densidade de caminhões se juntam para fazer as viagens pelas estradas consideravelmente mais perigosas do que nos Estados Unidos”.
“O reforço de leis de trânsito varia do esporádico ao inexistente, então motoristas não devem presumir que os outros vão necessariamente seguir até mesmo as mais fundamentais e amplamente aceitas regras rodoviárias”.
Outros
Reino Unido e França também fazem rápidas observações sobre o trânsito e as estradas brasileiras. Sobre a França, aliás, veja as recomendações de cautela sobre fazer amigos no Brasil.
Fonte: Revista Exame