Motociclistas e segurança: os desafios da velocidade no trânsito urbano
O aumento do uso de motocicletas nas cidades brasileiras exige atenção à velocidade e segurança. Veja como proteger motociclistas e reduzir acidentes no trânsito urbano.

A Semana Nacional de Trânsito 2025, com o tema “Desacelere. Seu bem maior é a vida”, chama atenção para uma realidade cada vez mais presente nas cidades brasileiras: o aumento do uso de motocicletas, seja para transporte individual ou entregas. Esse cenário traz desafios específicos de segurança, principalmente relacionados à velocidade e à pressa.
Nesta reportagem, que faz parte de uma série especial do Portal do Trânsito, o foco é nos motociclistas, grupo cada vez mais presente nas cidades brasileiras e vulnerável a sinistros graves. A matéria destaca os riscos da pressa, medidas de prevenção, capacitação e infraestrutura, reforçando que a redução da velocidade salva vidas.
Crescimento da frota de motocicletas
Nos últimos anos, as motocicletas se tornaram essenciais para a mobilidade urbana e para o mercado de entregas. São ágeis, ocupam menos espaço e permitem maior flexibilidade nos deslocamentos. No entanto, a maior velocidade combinada com a vulnerabilidade do piloto aumenta o risco de sinistros graves.
Segundo dados do Ministério da Saúde, os acidentes envolvendo motociclistas representam uma parcela significativa das mortes no trânsito, com alta incidência em áreas urbanas e nas grandes cidades.
Velocidade: o maior risco
Para o especialista Celso Mariano, diretor do Portal do Trânsito e da Tecnodata, a velocidade é um fator crítico na segurança dos motociclistas.
“O motociclista está exposto. Um carro oferece proteção; a moto não. Cada quilômetro a mais de velocidade aumenta exponencialmente a gravidade do acidente. É um problema que precisa ser discutido com urgência, principalmente entre entregadores, que enfrentam pressão de tempo diariamente”, alerta.
Estudos mostram que colisões envolvendo motos a mais de 50 km/h tendem a resultar em ferimentos graves ou fatais na maioria dos casos, mesmo com capacete.
Entregadores e motofretistas: um grupo vulnerável
O crescimento do serviço de delivery intensificou o tráfego de motocicletas nas cidades. Profissionais submetidos a prazos apertados muitas vezes acabam excedendo limites de velocidade e se expondo a situações de risco. “Não é apenas imprudência individual. É um problema estrutural, ligado à pressão por rapidez e às condições das vias. A solução passa por conscientização, políticas de incentivo à segurança e infraestrutura adequada”, explica Mariano.
Experiências de segurança e prevenção
Algumas cidades brasileiras têm adotado medidas para reduzir riscos envolvendo motociclistas:
- Campanhas educativas específicas, direcionadas a motofretistas e motociclistas urbanos.
- Fiscalização segmentada, com foco em excesso de velocidade e uso de equipamentos de proteção.
- Infraestrutura adequada, como faixas exclusivas e rotas seguras para motocicletas em áreas de grande fluxo.
Além disso, cursos de capacitação contínua para motociclistas profissionais têm mostrado impacto positivo, melhorando técnicas de pilotagem defensiva e percepção de risco.
Cultura de segurança
A pressa no trânsito é uma das principais causas de acidentes envolvendo motos. Para mudar essa realidade, é fundamental integrar educação, fiscalização e infraestrutura, estimulando uma cultura de segurança entre motociclistas e a sociedade em geral.
“Sinistros com motos muitas vezes poderiam ser evitados. A velocidade é o vilão silencioso. Incentivar hábitos responsáveis e desacelerar é essencial para salvar vidas e reduzir ferimentos graves”, afirma Celso Mariano.
Grupo vulnerável
Os motociclistas desempenham papel importante na mobilidade urbana, mas também representam um grupo vulnerável que exige atenção especial. Durante a Semana Nacional de Trânsito 2025, a mensagem é clara: desacelerar, respeitar limites e adotar medidas preventivas salva vidas, seja no trânsito urbano, nas rodovias ou nas entregas diárias.
