
Foram divulgados os dados oficiais mais recentes sobre o número de mortes por acidentes de trânsito no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2018 morreram 32.655 pessoas em decorrência do trânsito brasileiro. Esse número representa uma queda de aproximadamente 7,7% em relação a 2017, ano em que foram registradas 35.374 mortes.
Essa tendência de queda vem se mostrando contínua. Em 2016 foram 37.345 mortes, 5,5% a mais que em 2017.
Para o especialista Celso Alves Mariano, diretor do Portal do Trânsito, essa queda reflete os resultados das intervenções da Década Mundial de Ações para a Segurança Viária.
“Mesmo pequena, a queda é positiva de alguma forma, mas o país segue longe da meta estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), que prevê redução de 50% no número de vítimas em 10 anos, contados a partir de 2011”, explica.
Perfil das vítimas
Conforme os dados do Ministério da Saúde, os motociclistas foram os que mais perderam a vida nas vias e rodovias do Brasil. Foram 11.435 mortos nessa condição. Em seguida estão os ocupantes de automóveis (7.282) e os pedestres (6.018). A faixa etária mais vulnerável, segundo os dados, está entre 20 e 29 anos.
Ainda de acordo com as estatísticas, 82% das mortes são de usuários do sexo masculino. “Entre os fatores de risco relacionados ao perfil desse usuário destacam-se a associação de álcool e direção e velocidade excessiva ou inadequada”, diz Mariano.
A região Sudeste é a líder em número de mortes totais no trânsito brasileiro. Já a região Nordeste destaca-se como a de maior número de mortes de motociclistas.“As motocicletas substituíram no Nordeste, muitos tipos de meios de locomoção. Por esse motivo em alguns estados a porcentagem de motocicletas -na frota- é muito maior que a média nacional. Soma-se a esse fato a dificuldade de fiscalização e ainda a resistência de muitos em usar o capacete”, afirma o especialista.
Para Mariano, porém, essas questões não são as mais graves.
“O pior problema é que muitos desses motociclistas pilotam sem nenhuma formação para isso, sem nunca sequer terem entrado num Centro de Formação de Condutores (CFC)”, aponta.
O especialista afirma que a solução para a redução dos acidentes e mortes no trânsito é a educação.
“O trânsito é um assunto muito grave e preocupante em diversos sentidos, pelo modo que nos comportamos como condutores e pedestres, como fazemos as nossas leis e como as fiscalizamos. Tudo isso gera uma dor e um prejuízo, que não é só financeiro, é social. A mudança de comportamento é uma questão que leva tempo e só ocorrerá com educação para o trânsito”, conclui Mariano.
Histórico
De 2011 para 2012, houve um aumento de 3,6% no número de mortes no trânsito brasileiro (43.256 para 44.812). Já em 2013 houve redução de 5,6% (42.266). Em 2014 os dados voltaram a subir, foram 43.780 mortes, ou seja, um aumento de 3,58%.
A partir de 2015 vemos uma queda nos números com 38.651 mortes, em 2016 foram 37.345, 35.374 pessoas em 2017 e, finalmente, 32.655 morreram no trânsito brasileiro em 2018.
Mariana Czerwonka
Artigos Recomendados Para Você
1 Comentário
Deixe uma resposta Cancelar resposta
Nova lei de trânsito entra em vigor em abril: veja tabela com antes e depois das principais mudanças
Portal mostra ponto a ponto como a regra funciona atualmente e como ficará a partir da entrada em vigor da Lei 14071/20. Ideal para usar em sala de aula. O…
CRLV 2021: veja como baixar ou imprimir o documento digital
A maioria dos Detrans não emite mais o documento que comprova o licenciamento anual. Veja como baixar o documento digital ou imprimir em casa. O Certificado de Registro e Licenciamento…
[…] Mas temos um longo caminho no Brasil. Apesar da queda expressiva de quase 20% em 2019, o Brasil ainda acumula mais de 40mil mortes violentas por ano. Mortes no trânsito? Mais 30mil. […]