Detran-SP promoveu Dia D para segurança dos motociclistas
Ação também ocorreu em mais de 30 cidades paulistas nesta semana; ‘Faz seu corre sem correr’ quer alterar comportamentos para reduzir a letalidade do grupo que mais morre no trânsito
O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) abordou cerca de 1.600 motociclistas na capital, no início desta semana, chamado de primeiro “Dia D dos Motociclistas”, visando reforçar as recomendações de respeito às leis de trânsito junto ao público que mais morre nas vias paulistas. As ações estão ocorrendo em pelo menos 33 cidades do Estado ao longo da semana, numa megaoperação para salvar vidas da população para a qual o órgão estadual de trânsito desenvolveu sua mais recente campanha educativa: “ Faz Seu Corre Sem Correr”.
A campanha
Durante a manhã de segunda-feira (16/12), o Detran-SP conversou com cerca de 500 candidatos à obtenção de CNH – Carteira Nacional de Habilitação categoria A. Eles agendaram a prova no pátio da CET – Companhia de Engenharia e Tráfego na Avenida Castelo Branco, perto da ponte Estaiadinha. No período da tarde, com apoio da Polícia Militar, foram cerca de 1.100 condutores a receber orientações e folhetos com recomendações. Eles transitavam pelo cruzamento das avenidas Radial Leste e Aricanduva, escolhido por ser um dos locais com mais ocorrências deste meio de transporte na cidade, segundo o levantamento do Infosiga, sistema de gerenciamento de dados de trânsito gerenciado pelo governo paulista. O respeito aos limites de velocidade, a condução responsável e a necessidade do uso de equipamentos de proteção foram a tônica dos diálogos “corpo a corpo” com os motociclistas.
Cleide de Almeida Melo, de 43 anos, tem a CNH de motociclista há três anos. Ela se orgulha de não ter se envolvido em nenhum sinistro, mesmo adotando a motocicleta como meio de transporte diário para chegar ao trabalho.
“O próprio motoqueiro tem que respeitar o outro motoqueiro. É tudo muito rápido, uma questão de segundos, tem que ter muita cautela e pilotar por você, pelos outros motoqueiros, pelos motoristas”, disse ela, garantindo que respeita os limites de velocidade e só “entra” no corredor com muita segurança.
“Todo cuidado é pouco. O motociclista tem que entender que ele é o parachoque no caso de um acidente”, exclamou Vando Jerônimo da Conceição, de 47 anos, que dirige motocicletas há 25 anos. Também abordado na avenida Aricanduva, ele foi um dos que defenderam a repetição das ações de conscientização e fiscalização pelo Detran-SP. Para ele, é a única forma de compreensão pelos condutores da necessidade de observação das leis de trânsito. “Tem que ficar reforçando sempre essa mensagem. É muito importante isso”, afirmou.
Grandes centros, cuidado ainda maior
Em grandes cidades, deve-se redobrar tanto o cuidado quanto a insistência nos alertas aos condutores. As regiões metropolitanas da capital e de Campinas lideram o triste ranking de ocorrências e mortes entre motociclistas no Estado. Entre 2022 e 2024, a Região Metropolitana de São Paulo registrou o maior número absoluto de sinistros e óbitos no modal. Já, Campinas se destacou com a maior taxa proporcional de fatalidade, com 6,48% dos sinistros resultando em óbitos.
A baiana Ísis Vitória, natural da cidade de Santa Luz e moradora da capital paulista há três anos, foi abordada pela equipe do Detran-SP enquanto aguardava para fazer a prova prática. Ela contou que ainda se assusta com as manobras perigosas e passagens estreitas no corredor por parte de motociclistas na cidade. “Aqui, a gente vê que precisa ter cem por cento da atenção e cuidado no trânsito e não dirigir só por você”, relatou. E garantiu que, uma vez habilitada, só vai subir na moto depois de checar as condições do veículo. Assim, usando sempre os equipamentos de proteção e optando pela condução segura.
Cerca de 42% das mortes no trânsito do estado de São Paulo de janeiro a julho deste ano envolveram motocicletas. E a causa de em torno de 40% dessas ocorrências foi o excesso de velocidade. Estimativas apontam ainda que 60% dos motociclistas não utilizam equipamentos de proteção adequados, dentre eles os capacetes.
“O objetivo dessas nossas ações, de toda a campanha, é salvar vidas, conscientizando a população, especialmente os motociclistas, da importância de se ter uma atitude responsável no trânsito”, afirma Sheyla Siqueira, gerente de Educação e Fiscalização do Detran-SP, órgão vinculado à Secretaria de Gestão e Governo Digital (SGGD).
As informações são do Detran-SP