Emissão de poluentes exige mudanças técnicas
A legislação sobre a emissão de poluentes desafia os fabricantes de caminhões. No Brasil vigora, desde abril de 2012, a fase P7 do Proconve (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores), que equivale ao Euro 5, padrão europeu que desde 2009 estabelece limites para a emissão de óxido de nitrogênio e de material particulado. Para efeitos práticos, a norma depende de outros fatores. Segundo Anderson Brasil, engenheiro florestal e sanitarista, o controle da qualidade do diesel e a conscientização dos motoristas são fundamentais. “A renovação mais ágil da frota traria ainda mais benefícios, pois os caminhões velhos continuam poluindo bastante.” Os fabricantes se adequaram à norma com atualizações nos sistemas de injeção e o uso de filtragem de gases. O mais comum é o SCR (redução catalítica seletiva), que utiliza uma solução de água e ureia chamada Arla 32. Ela é injetada antes dos gases da queima chegarem ao catalisador e reage ao nitrogênio. O litro dessa solução custa em torno de R$ 5. Nos caminhões com o sistema SCR, há um dispositivo que monitora em tempo real a qualidade dos gases. Caso a taxa de poluentes esteja fora do limite, o computador avisa o motorista por meio de alertas luminosos. Se o Arla 32 acabar, o sistema reduz o torque do motor em 40%. A tecnologia aumentou o custo final dos caminhões em 12%. Segundo Silvio Fedele, gerente de serviços e desenvolvimento da Ford, a conta fecha com saldo positivo para o frotista. “A economia de combustível e de óleo lubrificante é suficiente para equilibrar o gasto adicional com o Arla 32.” As mudanças tornaram os caminhões entre 5% e 7% mais econômicos e, na maioria dos casos, mais potentes. O uso de diesel de qualidade também é importante. Os tipos S-10 e S-50 têm teor de enxofre mais baixo e reduzem emissões. Até o final de 2014, a Petrobras quer extinguir o diesel S-1800 e substituí-lo pelo S-500. “Os motores antigos emitem menos poluentes com o diesel melhor”, diz Gaston Rachou, vice-presidente de engenharia da MAN Caminhões. Fonte: Folha.com