Habilitação aos 16 anos
Todo o dia fico a pensar como fazer para que estes jovens dirijam com responsabilidade. Enfatizo em meus cursos de primeira habilitação que eles não são imortais e não devem pensar que acidentes só acontecem com os outros, e que a única forma de dirigir com segurança é respeitar a velocidade que está determinada para aquela situação. Além disso, estar atento, ou seja, (quando estiver dirigindo, esteja lá de corpo e alma ou de corpo e espírito como acharem melhor) porque não existe nenhuma mágica a não ser esta: Velocidade compatível e atenção.
Mas nada disso adianta porque as estatísticas mostram o contrário e aí vem as críticas que os CFCs são os responsáveis, que o Governo é o responsável, que a escola deveria assumir esta responsabilidade ou os pais. Enfim todos devem ser responsáveis, porém isso não muda este quadro, mas não tenho dúvida que a solução está na estrutura familiar. Então, se a lei permite que jovens de 16 anos, além de votar que é algo que interessa aos governantes, também poderiam tirar sua Permissão para dirigir e que após a conquista desta o mesmo só poderia dirigir acompanhado de seus pais ou responsável até os 18 anos de idade e se eventualmente este infringisse alguma lei, tanto ele como os pais seria penalizados, por exemplo: o candidato teria sua permissão cassada e os pais ou responsável teria uma penalidade do tipo suspensão.
Ex. Filho dirigindo e o pai embriagado ao lado: Permissão cassada e CHN, suspensa. Aí pergunto: Será que os pais iriam ensinar maus hábitos aos seus filhos e seus filhos gostariam de correr o risco de ser penalizados por má conduta de seus pais? Com certeza, a maioria dos pais neste País querem o melhor para seus filhos. Sou Colaborador de um CFC na Cidade de Indaial, SC e apliquei esta prática com minha filha que se habilitou aos 18 anos, mas começou a dirigir sozinha aos 20 anos de idade e percebi o quanto ela aprendeu neste período, principalmente a forma de dirigir defensivamente e responsável.
Admito e claro que é conhecido por todos que mulheres no trânsito são muito mais seguras e responsáveis, mas talvez esta prática, conceda uma relação muito próxima entre pais e filhos e que poderá trazer os filhos para um convívio saudável com seus familiares. Se a estrutura familiar é a solução para grande maioria dos jovens, talvez esta seja uma forma de humanizar o trânsito brasileiro e aproximar o jovem da família, impedindo que o mundo do crime e as drogas o adotem, já que o brasileiro é apaixonado por carro e assim estará mais presente com a família.
*Depoimento de Luis Carlos Frischknecht de Indaial/SC
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